Do Rio a São Paulo em um carro elétrico
Na segunda-feira, a fabricante de carros de luxo BMW e a empresa do setor elétrico EDP, com apoio da rede Ipiranga, vão inaugurar seis postos de recarga na Rodovia Presidente Dutra, que interliga as duas maiores capitais do País - São Paulo e Rio de Janeiro. A ação recebeu R$ 1 milhão em investimentos.
"É o maior corredor elétrico da América Latina", diz o presidente da BMW do Brasil, Helder Boavida. Segundo ele, com três pontos de recarga em cada um dos sentidos da rodovia, a uma distância de 120 quilômetros cada, os postos possibilitam "uma viagem tranquila" pelos 430 km entre as cidades, sem risco de desabastecimento.
O segundo maior trecho com postos de recarga na região está no Uruguai, numa extensão de 310 km. São Paulo já tem um "corredor elétrico" entre a capital e Campinas, com dois postos na Rodovia dos Bandeirantes e na Via Anhanguera. Outro projeto semelhante deve ser feito entre cidades de Santa Catarina e do Paraná.
O presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, afirma que "o objetivo do corredor é divulgar a tecnologia, permitir que os consumidores percebam as vantagens (do carro elétrico)". Ele e Boavida fizeram nessa quarta-feira, 18, o trajeto do Rio a São Paulo com um modelo BMW i3, que tem um pequeno motor a combustão que auxilia na recarga das baterias. A autonomia do modelo, que custa R$ 200 mil, varia de 180 a 210 quilômetros.
"Fizemos o trecho em cerca de seis horas, com três paradas para abastecer", informa Boavida. São necessários cerca de 25 minutos para completar 80% da carga elétrica. O custo, diz ele, equivaleria a um quarto do que seria gasto com um carro a combustão.
Até o fim do ano, qualquer tipo de carro elétrico poderá ter a bateria carregada nos postos gratuitamente. A partir de 2019, as empresas vão avaliar os preços a serem cobrados. Com esses seis novos pontos, a BMW soma cem postos de recarga em todo o País feitos em parceria com diversas empresas. Outras empresas, como a BYD, também tem postos próprios.
Rota
O decreto assinado pelo presidente Michel Temer no dia 6, junto com o anúncio do programa Rota 2030, o novo regime automotivo do País, prevê a redução do IPI de modelos elétricos e híbridos de 25% para 7% a 20%. A tabela com as alíquotas para cada categoria de veículo ainda não está pronta, mas fabricantes já demonstram desapontamentos.
"A medida leva em conta, por exemplo, o peso do veículo e, como a bateria equivale a metade do peso do carro, não será muito favorecido pelo IPI menor, embora a redução é sempre importante", diz Adalberto Maluf, diretor da BYD, fabricante de caminhões e ônibus elétricos e importadora de automóveis.
Ele cita que, para obter o porcentual mais baixo, de 7%, o carro precisa pesar no máximo 1,4 mil quilos. "Nenhum automóvel à venda no País atualmente atende essa exigência". O minicarro Twizy, da Renault, é classificado como quadriciclo, diz.
No ano passado, dos 3.296 veículos híbridos e elétricos vendidos no País, somente 60 eram 100% movidos a eletricidade. Neste ano, foram vendidas até junho 1.944 unidades, a grande maioria também de híbridos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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