França diz que UE não negociará com os EUA se tarifas não forem retiradas
Victor Rezende
São Paulo
22/07/2018 09h39
Le Maire garantiu que não há discordância entre a Alemanha e a França sobre como negociar com os EUA à medida que, de acordo com ele, Paris e Berlim devem dar o primeiro passo na eliminação das tarifas. Na próxima quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, irá a Washington, onde se reunirá com o presidente americano, Donald Trump, a fim de discutir as relações comerciais entre os dois lados.
Em entrevista à agência de notícias AFP em Buenos Aires, no âmbito da reunião do G-20, o ministro francês comentou que as relações entre os países não podem ser baseadas na "lei da selva", na qual o mais forte se beneficia. "O comércio global não pode ser baseado na lei da selva e o aumento de tarifas de forma unilateral é a lei do mais forte. Isso não pode representar o futuro das relações comerciais no mundo", afirmou. Para ele, a lei da selva "só resultará em perdedores, enfraquecerá o crescimento, ameaçará os países mais frágeis e terá consequências políticas desastrosas".
Nos últimos dias, autoridades europeias têm elevado o tom contra os EUA à medida que Washington pode impor tarifas sobre veículos e autopeças importados, o que afetaria, principalmente, a União Europeia. Na última sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, assegurou que o bloco estava "pronto" para responder a um possível aumento de tarifas por parte dos EUA. Já o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, pediu que China e UE façam concessões para alcançar uma relação mais equilibrada no comércio.