Fipe: alta na conta de luz limita alívio de alimentação em prévia do IPC
Além da alta em energia elétrica, também pesaram no bolso do consumidor paulistano outras pressões de alta em serviços de utilidade pública como gás de botijão (0,92%), gás canalizado (3,57%) e água e esgoto (1,94%), que foram reajustados recentemente, lembra. Com isso, o grupo Habitação ficou em 0,95% na terceira quadrissemana (últimos 30 dias terminados na segunda-feira, 23), após 0,55%, exercendo contribuição de 0,29 ponto porcentual na alta de 0,26% do IPC (ante 0,37%).
"Apesar da queda em Alimentação, a alta em administrados prevaleceu e tende a continuar pressionando", diz, lembrando que a falta de chuvas pode não só comprometer esses preços como também os de alimentos in natura, caso de hortaliças, verduras, além de carnes, assim como custos da indústria. "Enquanto os monitorados estão com variação de 7,04% em 12 meses até junho, o IPC acumula apenas 2,52%", diz.
Na terceira quadrissemana, o grupo de alimentos teve queda de 0,04% depois da elevação de 0,77% na segunda leitura do mês. A maior influência adveio dos itens in natura, com recuo de 8,65% na comparação com declínio de 7,90% antes. Nessa categoria, diz, houve queda quase todos os itens: de 5,02% nos preços das frutas, recuo de 14,29% em legumes, retração de 18,24% em tubérculos, e de 3,72% em verduras. Apenas os ovos ficaram mais caros, 3,09%, no período, porém, o resultado representa uma desaceleração ante a leitura passada (4,69%), pondera.
Já os preços industrializados avançaram de 1,83% para 1,89% da segunda para a terceira quadrissemana, influenciados por derivados do leite (de 2,19% para 2,55%). O açúcar também teve um resultado maior, de 4,89%, após 3,78% antes. Em contrapartida, ressalta o economista, os derivados da carne diminuíram o ritmo de elevação de 5,06% para 4,89% na terceira leitura do mês.
Os semielaborados também desaceleraram de 5,78% para 3,05%, com destaque para a queda de 1,21% em carne bovina, após alta de 1,08% na segunda quadrissemana.
Segundo Yabiku, ainda que alguns produtos ainda estejam pressionados em decorrência dos efeitos da greve dos caminhoneiros, grande parte dos alimentos já não sente mais os impactos da paralisação, assim como os combustíveis.
Na terceira quadrissemana, o etanol ficou 5,27% mais barato, após os preços cederem 1,08% na segunda leitura. Já a gasolina apresentou queda em seu valor de 2,30% na comparação com retração de 0,13%. No período, o grupo Transportes teve declínio de 0,38% em relação à alta de 0,09% antes.
Na contramão, o conjunto de preços de Saúde ficou com taxa positiva de 0,63% depois de 0,33% na segunda quadrissemana, puxado por aumentos em planos do setor, diz. Os grupos de Despesas Pessoais, para -0,13% ante -0,21%, e de Vestuário, para alta de 0,01% após elevação de 0,06%, tiveram resultados considerados baixos. Um dos motivos, explica, é a demanda fraca, que tem afetado a procura por itens de Vestuário e de Despesas Pessoais, caso de viagem e excursão, para -4,44% após -,283%. "As empresas podem estar fazendo promoções na tentativa de driblar a concorrência e o corte nos gastos das famílias", estima.
Projeção
Diante do recuo de 0,04% no grupo Alimentação na terceira quadrissemana, a Fipe diminuiu a projeção para o IPC de julho, de 0,33% para 0,27%. Em maio, o resultado fora de 0,19% e de 0,26% na terceira leitura deste mês (ante 0,37%)
Para o conjunto de preços de alimentos, a Fipe reduziu a expectativa de recuo de 0,18% para 0,49% no fim do mês, mas elevou a projeção de alta (de 1,17% para 1,23%) para Habitação, em decorrência de mais impacto do reajuste da Eletropaulo. Ainda em razão de reajustes, só que em planos de saúde, houve elevação na estimativa do grupo do setor de 0,63% para 0,86%.
Em relação ao conjunto de preços de Vestuário, a expectativa é de declínio de 0,02% na comparação com alta estimada antes de 0,06%, e de recuo de 0,04% em Despesas Pessoais, ante -0,14%. Para Educação, espera-se 0,30%, de 0,26% prevista antes.
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