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Ferreira: leilão da Cepisa demonstra que privatização é melhor para todos

Luciana Collet e eduardo Laguna

São Paulo

26/07/2018 13h36

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, destacou nesta quinta-feira (26) em conversa com jornalistas, que o leilão da Cepisa, distribuidora do Piauí atualmente operada pela estatal, "é uma demonstração de que (a venda das distribuidoras do grupo) é a solução melhor para todos", disse.

Ele se referiu ao fato de que o processo competitivo levará a uma redução das tarifas da empresa da ordem de 8,5% até o final deste ano, gera cerca de R$ 95 milhões em recursos para a União e ainda levará a uma capitalização da empresa da ordem de R$ 720 milhões. Isso sem contar o fato de que a Eletrobras, que atualmente anota prejuízos com a operação, sairá da empresa.

A declaração foi feita quando jornalistas questionavam o executivo sobre a assembleia de acionistas da Eletrobras marcada para o próximo dia 30 e que vai deliberar sobre uma nova prorrogação do prazo para a venda das distribuidoras do grupo, para até o fim do ano, de modo a evitar a liquidação imediata dessas empresas, que levaria a maiores prejuízos para a estatal.

Anteriormente, quando a perspectiva era de que o leilão ocorresse até o final de abril, os acionistas votaram para que a operação das distribuidoras fosse feita até 31 de julho, data a partir da qual a diretoria da estatal deveria realizar a operação de liquidação das empresas, que geram altos prejuízos para a empresa.

Ele lembrou que o Conselho de Administração da Eletrobras já fez uma recomendação expressa para assembleia, pela prorrogação até o fim do ano, ou 90 dias após a privatização, o que ocorrer primeiro, desde que garantidas algumas "neutralidades".

Mesmo com a eventual aprovação de prorrogação do prazo pelos acionistas da Eletrobras, o cenário é desafiador, já que para vender as quatro distribuidoras do Norte operadas pela estatal ainda é necessário que o Senado aprove o projeto de lei que saneia essas empresas, um tema que tem gerado polêmica no Congresso, mas que é considerado essencial para dar atratividade aos ativos.

Para Ferreira Junior, a "situação ideal" é que o projeto de lei seja aprovado no máximo até a data do aporte de garantias para o leilão, que deve ser marcada para cinco dias antes do certame, marcado para 30 de agosto.

No caso da Amazonas Energia, a privatização ainda enfrenta o desafio da conclusão da desverticalização da empresa, com a separação das atividades de geração das de distribuição, o que atualmente depende de negociações com a distribuidora de gás local, Cigás.

Ferreira Junior disse que as conversas estão "em fase final" e o processo tende a estar concluído também antes do prazo para o aporte das garantias.

A expectativa da Eletrobras também é leiloar em 30 de agosto a distribuidora alagoana Ceal. Atualmente o governo ainda se vê impossibilitado de leiloar a empresa por conta de uma disputa envolvendo governo federal e o estado de Alagoas. Ferreira Junior indicou esperar um rápido entendimento entre as partes tão logo se encerre o recesso do Judiciário.

Ele evitou comentar sobre a possibilidade de liquidação desta empresa e disse que, caso os acionistas aprovem a prorrogação do prazo de operação das distribuidoras, haveria tempo até setembro para realização do leilão de venda da empresa, tendo em vista os processos burocráticos de troca de controle.