Empresários aproveitam presença de Temer na Fiesp para cobrar medidas
Empresários da indústria aproveitaram nesta segunda-feira (30) a visita do presidente Michel Temer (MDB) à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para cobrar medidas como a redução do custo de crédito, um programa de renegociação de dívidas das empresas do setor com bancos e o veto ao tabelamento dos preços de frete rodoviário.
Em discurso proferido em almoço com Temer, o presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, elogiou a reforma trabalhista e o regime que estabeleceu um teto aos gastos públicos, mas disse que o sistema financeiro e a alta carga tributária do País inibem investimento e, como consequência, prejudicam a geração de emprego e renda.
"Se os juros não fossem tão elevados, a arrecadação com impostos de renda seria bem maior", comentou o executivo.
Roriz cobrou do presidente a retomada dos investimentos em infraestrutura, uma ampla reforma tributária, que reduza o número de tributos e padronize alíquotas no território nacional, e medidas para reduzir custo de crédito, classificadas como "cruciais". Nesse ponto, pediu que o governo estimule a competitividade no setor bancário.
O presidente da Fiesp disse que o setor não precisa de medidas protecionistas, mas cobrou isonomia em relação a países que competem com o Brasil no mercado internacional. Pediu ainda um programa de renegociação de dívidas bancárias das empresas para, segundo ele, dar fôlego para a recuperação da indústria.
"As medidas aqui propostas não precisam esperar o próximo governo, e o senhor pode contar com nosso apoio", afirmou Roriz a Temer.
Depois do presidente da Fiesp, Jacir Costa, presidente do conselho superior do agronegócio da entidade, defendeu a livre negociação das empresas com seus transportadores, ao pedir o veto à política de preços mínimos de frete, concedida pelo Planalto para encerrar a greve dos caminhoneiros. "O tabelamento afeta a competitividade e encarece o custo de vida", declarou.
Costa aproveitou ainda para pedir a volta do programa de devolução de impostos pagos por empresas exportadoras, o Reintegra.
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