Mansueto: retorno da tramitação da reforma da Previdência ajuda próximo governo
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta quarta-feira (1º) em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que, do ponto de vista da tramitação da proposta da reforma da Previdência, se ganharia muito tempo para o próximo governo se o presidente Michel Temer voltasse a colocá-la para análise depois das eleições.
Nos últimos dois meses voltou a ser ventilada a possibilidade, até mesmo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou sobre essa possibilidade. Para Mansueto, isso seria positivo porque poderia se aprovar na Câmara a reforma que já foi aprovada na Comissão Especial e faria as modificações no Senado Federal.
"Uma vez aprovada no Senado, voltaria para a Câmara porque a Emenda Constitucional tem de ser aprovada em duas votações na mesma casa o mesmo texto. Então a proposta de voltar eventualmente, se for de interesse do próximo governo é que você ganha tempo", explicou o secretário.
Em linhas gerais, de acordo com ele, a ideia é facilitar para o próximo governo porque se for começar do zero um novo projeto o próximo governo vai perder um espaço de seis a sete meses em discussões que já ocorreram. Ele toma como base os seis meses que a proposta original de reforma da Previdência passou sendo debatida na Câmara desde que foi apresentada em dezembro de 2016.
Mansueto diz que esse assunto não está sendo debatido com os candidatos porque deverá ser tratado com o próximo governo, desde que o presidente eleito mostre de forma bem clara o desejo de dar continuidade ao ajuste fiscal porque ele vai herdar um cenário de juros muito baixos (6,5%), inflação em torno de 4% e uma economia voltando a crescer.
"Então é um cenário muito benigno. Se o governo sinalizar vontade de continuar fazendo o ajuste fiscal, esse cenário benigno se consolida", disse, acrescentado que a previsão geral para o ano que vem é de que o PIB deva crescer de 2,5% a 3%.
De acordo com ele, a redução das projeções do PIB, de 3% no começo do ano para 1,5% agora --essa é a mediana das expectativas do Boletim Focus-- se deu em decorrência da greve dos caminhoneiros que corroeu a confiança, mas que já começa a se recuperar.
"Esse crescimento previsto de 2,5% a 3% se dará nos próximos dois ou três anos sem a menor pressão inflacionária porque a economia hoje está produzindo bem aquém do que ela poderia estar produzindo. É o que chamamos de hiato do produto. Ou seja, temos espaço para crescer nos próximos dois ou três anos sem pressão inflacionária", disse, acrescentando que basta o próximo governo mostrar interesse na continuidade do ajuste fiscal que a confiança retorna e a economia volta a crescer.
Mansueto participou na manhã desta quarta-feira da Banca de Seleção de 2018 do Prêmio Excelência em Competitividade, organizada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), na Casa do Saber, na zona oeste da capital paulista.
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