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País perdeu 70,8 mil empresas em 2016 e dispensou 1,6 milhão, diz IBGE

Daniela Amorim

Rio

03/10/2018 10h23

Em meio à recessão econômica, o Brasil registrou fechamento de 70,8 mil empresas no ano de 2016, segundo o levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O saldo total de empresas ficou negativo pelo terceiro ano consecutivo, com uma queda de 1,6% em relação a 2015.

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Ao todo, havia 4,5 milhões de empresas ativas em 2016, que ocupavam 38,5 milhões de pessoas, sendo 32 milhões de assalariados e 6,5 milhões de sócios ou proprietários. Em relação ao ano anterior, porém, o pessoal assalariado encolheu 4,8%, o equivalente a 1,6 milhão de trabalhadores a menos, a segunda queda seguida.

Em 2016, a taxa de entrada das empresas, que mede a proporção de empresas abertas no ano em relação ao universo total de empresas, caiu pela sétima vez consecutiva, chegando a 14,5%, o menor valor da série histórica iniciada em 2008, ou 463,7 mil novas empresas. Já a taxa de saída, que mostra a relação entre o número de empresas que fecharam as portas e o total de empresas existentes cresceu de 15,7% em 2015 para 16,1% em 2016, o equivalente a 719,6 mil empresas encerradas.

Naquele ano, 38,0% das empresas que nasceram em 2011 ainda estavam ativas no mercado, resultado inferior às taxas de sobrevivência de empresas nascidas nos anos anteriores da pesquisa, entre 2008 e 2010. As atividades com as mais altas taxas de sobrevivência de empresas foram saúde humana e serviços sociais (55,8%) e atividades imobiliárias (49,4%).

Já a taxa de sobrevivência do comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas foi a mais baixa após cinco anos de atividades, 36,1%. Entretanto, o setor teve um saldo positivo de 81,1 mil pessoas no pessoal ocupado assalariado. O comércio é a atividade com o maior número de empresas ativas, 1,9 milhão.

Considerando todo o universo de empresas ativas, 20.998 delas eram consideradas de alto crescimento em 2016, ou seja, aumentaram o número de empregados em pelo menos 20% ao ano, em média, por três anos consecutivos, e tinham dez ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação. Ao todo, as empresas de alto crescimento, também chamadas de empreendedoras, ocupavam 2,7 milhões de pessoas assalariadas. Mas houve piora em relação ao ano anterior, com redução de 18,6% no número de empresas de alto crescimento e queda de 23,6% no pessoal ocupado assalariado.

As empresas empreendedoras representavam apenas 0,9% dos estabelecimentos com trabalhadores assalariados em 2016, mas empregavam o equivalente a 8,3% dos ocupados em empresas. As três principais atividades econômicas com empresas empreendedoras foram comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (25,9%); indústrias de transformação (18,2%); e atividades administrativas e serviços complementares (11,7%).