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Fipe eleva projeção para IPC do mês de 0,35% para 0,40%

Maria Regina Silva

São Paulo

09/10/2018 15h58

O grupo Alimentação voltou a surpreender no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da primeira leitura do mês, ao apresentar alta de 0,53%, na comparação com 0,08% no fim de setembro, conforme a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Com isso, a Fipe elevou a expectativa de 0,35% para o IPC de outubro para 0,40%.

De acordo com Moacir Mokem Yabiku, economista e pesquisador da Fipe, os alimentos in natura foram os principais a pressionar o grupo, ao diminuir o ritmo de queda para 0,45% após ceder 2,60% no encerramento do mês passado. "Esperávamos 0,25% para Alimentação e veio 0,53%, sobretudo por causa dos preços de legumes, verduras e frango", explica.

Além da pressão de Alimentação no IPC da primeira quadrissemana, os preços administrados continuaram a não dar trégua. Da alta de 0,43% do índice do período, ante 0,39% no fim de setembro, 0,21 ponto porcentual foi de preços administrados (combustíveis e energia elétrica). Ou seja, quase metade do aumento do IPC adveio do encarecimento dos monitorados.

A gasolina, com elevação de 5,09% na primeira leitura de outubro (de 4,86%); o etanol, que teve variação de 8,87% ante 8,15%; e energia, que subiu 1,50% após 2,41%, foram os destaques das principais contribuições de alta do IPC, explica.

Apesar dessa influência considerável sobre o IPC do período, Yabiku acredita que tanto os combustíveis quanto a conta de luz podem diminuir um pouco a pressão daqui para frente. Em contrapartida, os alimentos devem continuar pressionando.

De acordo com o economista, a principal fonte de alta deve ficar com os alimentos in natura, em especial legumes (alta de 2,95% ante -2,94%), sobretudo por conta do tomate, que ficou 5,52% mais caro, depois de ceder 8,36% no fim de setembro. Conforme ele, o movimento está em linha com o esperado para o período e para o produto, que tem bastante volatilidade.

As frutas também tiveram alta na primeira quadrissemana do mês, de 3,29% após 2,40% no encerramento do mês passado. Já os tubérculos (-12,22% ante -13,28%) continuaram em queda, mas reduziram a intensidade. O destaque, cita, foi a batata, cuja variação ficou negativa em 11,95% depois de -15,27%.

A expectativa da Fipe é que o grupo Alimentação, que ficou em 0,53% na primeira leitura do mês e atingiu 0,08% no fim de setembro, deve fechar outubro em 0,81%. "Os alimentos industrializados já não devem pressionar tanto, pois o dólar passou a desacelerar. Então, os in natura é que devem elevar o IPC", diz.

Na primeira quadrissemana, a taxa dos alimentos industrializados foi de 0,84% na comparação com 0,82% antes, puxada por carne bovina (1,46% ante 1,56%) e de frango (5,79% ante 2,98%). Já a dos semielaborados ficou em 0,69%, na comparação com 0,49%, influenciada pelos derivados do leite (0,9% ante 0,67%), conforme a Fipe.