Governo de SP vai arrecadar R$ 1,9 bi com venda de participação na Cesp
Luciana Collet
São Paulo
19/10/2018 17h28
Conforme previsto no edital, uma parte dessas ações, somando 1.202.700 de papéis, será vendida com um deságio de 50% em relação ao preço mínimo do leilão, ou R$ 7,15, acrescido da variação da Selic até a data da liquidação. Outros 15.172.010 ações serão ofertadas pelo preço mínimo de R$ 14,30/ação.
Destino
Em breve entrevista, o governador de São Paulo, Marcio França, disse que os recursos já estavam previstos no orçamento do Estado e devem colaborar para o fechamento das contas em 2018. "Passamos no Brasil inteiro por um período muito difícil, todos os Estados sofreram, teve que se fazer cortes em todos os cantos e São Paulo não foi diferente. A diferença é que São Paulo é tão grande que conseguimos conduzir muitas obras e muitos serviços que continuam sendo feitos e nunca atrasamos salário, sempre cumprimos com o nossos compromissos, fechamos sempre com superávit todos esses anos e vamos fechar de novo em 2018 e apontando que é possível ter uma forma de fazer equilíbrio fiscal deixando as coisas essenciais para que o governo faça", disse, citando tarefas consideradas essenciais como educação, saúde e segurança.
O secretário da Fazenda de São Paulo, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, destacou que a privatização da Cesp foi concluída após 22 anos de tentativas de realizar a operação. E França acrescentou que a venda foi uma recomendação do ex-governador Geraldo Alckmin, que havia tentado realizar a venda no ano passado, mas suspendeu o certame dias antes de sua realização após a sinalização de falta de interesse. O então governador ainda iniciou as negociações com o governo federal na busca por uma solução para aumentar a atratividade da geradora, o que poderia envolver uma renovação da concessão da principal usina da Cesp, Porto Primavera.
O Ministério de Minas e Energia publicou um decreto permitindo a operação e Alckmin anunciou a retomada do processo de privatização, mas teve de se desincompatibilizar antes de concluir a venda. França citou que, após assumir o governo paulista, conseguiu fechar um acordo com o governo de Mato Grosso para reduzir as contingências da companhia, o que também contribuiu para melhora da atratividade da empresa. (Colaborou Letícia Fucuchima)