Operação Capitu tem efeito limitado sobre ativos da JBS
Segundo o analista da Guide Investimentos, Rafael Passos, o recuo dos ativos, que se estabeleceu em torno de 3%, está mais atrelado à questão externa, que vem pressionando o Ibovespa e o mercado como um todo.
"Embora tenhamos uma enxurrada de notícias negativas, não vemos quase nenhuma relação entre a prisão de Joesley e o desempenho das ações da JBS no período da tarde. Os investidores estão mais atentos à expectativa de um balanço trimestral positivo, já que a companhia vinha se mostrando menos alavancada", explica o especialista. A JBS reportará o resultado financeiro do referente ao terceiro trimestre na próxima terça-feira (13).
Outro fator que tende a favorecer o resultado operacional da JBS, segundo o analista, é o ciclo amplamente positivo para o gado nos Estado Unidos, além de uma conjuntura favorável para o mercado do boi gordo no Brasil.
Sendo assim, "a prisão de Joesley contribuiu para a pressão dos ativos hoje (sexta), mas não foi o fator principal", acrescenta Passos. Há pouco, os papéis da JBS registravam queda de 3,60%, a R$ 9,92.
Mercado físico
Assim como nos contratos futuros, as cotações da arroba bovina ignoraram as notícias negativas envolvendo o empresário do Grupo J&F. Na avaliação do presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, os participantes ainda não digeriram o envolvimento da JBS nas fraudes citadas pela Polícia Federal e, portanto, a arroba seguiu estável em praticamente todas as praças pecuárias.
Entretanto, ele lembra que quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, em março de 2017, a arroba bovina chegou a ter picos de queda e bateu os R$ 120, pelo menos R$ 26 por arroba abaixo do patamar médio de referência em São Paulo. "Vamos observar como será a reação do mercado a partir da semana que vem", diz Torres.
Entenda
A Operação Capitu, deflagrada pela Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal, tem por objetivo combater uma suposta fraude envolvendo doações irregulares por parte de empresa de processamento de proteína animal para diversos políticos e partidos. A empresa envolvida é a JBS que, segundo a PF, teria pago R$ 5 milhões pela proibição do uso de ivermectina e outros R$ 2 milhões pela expansão das exportações de sobras de bovino (despojos).
Segundo a Receita, duas grandes redes varejistas do Estado de Minas Gerais, por meio de seus controladores e diretores, participaram diretamente do esquema. "Suspeita-se que esta rede, devido ao grande movimento de dinheiro em espécie, utilizou-se deste fluxo para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015", diz a nota divulgada pela Receita.
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