Alta da indústria não significa trajetória consolidada de recuperação, diz IBGE
Embora a média móvel trimestral tenha voltado a ficar positiva em fevereiro, com ligeiro aumento de 0,1%, a taxa acumulada em 12 meses, com alta de 0,5%, manteve a trajetória de desaceleração iniciada em junho do ano passado. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, divulgados pelo IBGE.
O pesquisador lembra que a indústria vem de uma base de comparação depreciada, com perdas significativas acumuladas de 2014 a 2016.
Ainda assim, o crescimento obtido nos anos de 2017 e 2018 ainda não foi suficiente para tirar a indústria do patamar de produção registrado no primeiro trimestre de 2009. "A gente não consegue sair desse patamar de produção de 2009", alertou.
Macedo aponta que o ambiente de incertezas elevadas tem afetado os investimentos em bens de capital, além e adiado o consumo das famílias. O mercado de trabalho ainda longe de mostrar uma melhora consistente - com um grande contingente de desempregados e desalentados - contribui para inibir a demanda doméstica.
"E 2019 já tem um adicional negativo vindo do setor extrativo", lembrou Macedo, referindo-se ao rompimento da barragem a Vale em Brumadinho, Minas Gerais, que derrubou o desempenho das indústrias extrativas.
Dias úteis
O mês de fevereiro de 2019 teve dois dias úteis a mais que fevereiro de 2018, impulsionando a alta de 2,0% registrada pela produção industrial brasileira no período. "Se eu tratasse com ajuste sazonal, tirasse o efeito de feriados móveis como o carnaval, a produção teria tido uma queda de 1,3%", calculou André Macedo.
Macedo ressaltou que o desempenho positivo de fevereiro deste ano também pode ter sido estimulado por uma antecipação da produção, em função da expectativa pelo feriado de carnaval no mês de março.
Segmentos
A indústria registrou alta na produção em 17 entre 26 as atividades pesquisadas em fevereiro de 2019 ante fevereiro de 2018. O principal impacto positivo partiu da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (16,4%), impulsionada pelos automóveis, caminhões, reboques e semirreboques e autopeças.
Outras contribuições relevantes foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,8%), produtos alimentícios (4,2%), produtos de metal (6,1%), bebidas (5,0%), máquinas e equipamentos (3,5%), produtos de minerais não-metálicos (4,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,7%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (6,1%) e produtos diversos (8,0%).
Por outro lado, entre as nove atividades em retração, a principal influência negativa para a média global foi das indústrias extrativas (-9,9%), pressionada pelo item minérios de ferro, refletindo os efeitos do rompimento de uma barragem da Vale na região de Brumadinho, em Minas Gerais.
Outras perdas relevantes ocorreram em celulose, papel e produtos de papel (-3,0%), produtos de madeira (-7,5%), metalurgia (-1,6%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,1%).
Difusão
O índice de difusão - que mostra o porcentual de produtos com avanço na produção - aumentou de 41,4% em janeiro para 53,2% em fevereiro.
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