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Para analistas, ações da Petrobras têm potencial com venda de ativos

Renato Carvalho

São Paulo

04/05/2019 10h30

Os analistas do mercado financeiro acreditam que, apesar de já estar no radar dos investidores há alguns meses, o processo de desinvestimentos da Petrobras ainda não foi totalmente precificado nas ações. Para eles, as ações da estatal ainda têm potencial de valorização no curto prazo, à medida que as negociações para venda de ativos forem avançando.

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, a precificação da venda de ativos, principalmente de refinarias, se dará a partir do momento em que maiores detalhes forem divulgados. "A estratégia anunciada por Roberto Castello Branco é quebrar o monopólio no refino e da mesma forma reduzir sua participação na distribuição. Ele citou um valor de US$ 15 bilhões, mas entendo que este valor depende de vários fatores, e inclusive falta entender como se dará a venda".

Atualmente, a Mirae trabalha com um preço-alvo de R$ 32,30 para a ação PN da Petrobras, o que representa um potencial de valorização de 21% em relação ao fechamento de ontem.

Alexandre Faturi, analista da Nova Futura Investimentos, chama atenção para o fato de que o plano de desinvestimentos tem sido acompanhado há meses pelo mercado. "Na nossa concepção, o plano de desinvestimento foi precificado, mas não totalmente. O papel ainda sofrerá oscilações relevantes na medida que as negociações forem se concretizando".

A intenção de vender refinarias e participação na BR Distribuidora representa um esforço adicional da Petrobras em seu plano de venda de ativos, segundo Ricardo Peretti, estrategista de Pessoa Física da Santander Corretora.

"Assim, enxergamos que o anúncio ainda não foi completamente precificado pelos investidores e mantemos nossa visão positiva sobre a Petrobras, cujo preço-alvo de R$ 36 oferece um potencial de alta de 20% em relação à cotação atual (calculado com base nas ações ordinárias).

Vale mencionar, contudo, que a venda destes ativos, principalmente as refinarias, encontrará resistência de alguns setores da sociedade, o que tende a tornar o processo mais incerto", diz Peretti.

Por estarmos no começo de maio, todas as corretoras promoveram mudanças ou trocaram toda a sua carteira de recomendação. É o caso do BB Investimentos, que recomenda Embraer ON, Sabesp ON, RD ON, Locamerica ON e Totvs ON.

O Bradesco BBI trocou três ações, com a inclusão de Banco do Brasil ON, B3 ON e Gerdau PN. Energisa Unit e Tenda ON completam a carteira.

A carteira da Mirae será composta por B3 ON, GPA PN, Petrobras PN, Gerdau PN e Vale ON. A Modalmais recomenda Suzano ON, BB Seguridade ON, Embraer ON, Minerva ON e Ambev ON.

A da Nova Futura é composta por Gerdau PN, Light ON, Qualicorp ON, RD ON e Via Varejo ON. A Planner manteve Magazine Luiza ON, acompanhada de Lojas Americanas PN, Marcopolo PN, Usiminas PNA e RD ON.

A Socopa retirou BRF ON e Usiminas PNA, e colocou Kroton ON e CCR ON. A Coinvalores retirou Natura ON e incluiu GPA PN.

A Guide Investimentos tirou Bradesco PN e inseriu BB ON. O Santander tirou BB ON de sua carteira, e em seu lugar entrou Bradesco PN.

Na Terra Investimentos, saiu BR Distribuidora ON e entrou Ultrapar ON. Finalmente, a XP Investimentos retirou de sua carteira AES Tietê Unit, e incluiu Gerdau PN.

Termômetro

A percepção do mercado sobre o desempenho do Ibovespa na próxima semana continua majoritariamente positiva no Termômetro Broadcast Bolsa. A pesquisa tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice na semana seguinte.

Entre 31 participantes, 54,84% acreditam em alta; 29,03%, em estabilidade; e 16,13%, em baixa. Os números se assemelham aos do levantamento anterior, quando a perspectiva para esta semana era de alta para 57,58%; de estabilidade para 27,27%; e de queda para 15,15%. O principal índice da B3 fechou a semana com perda de 0,24%.

Na próxima semana, a comissão especial da Câmara abre as discussões sobre a reforma da Previdência a partir do dia 7 para que o relatório seja apresentado no começo de junho.

Na agenda nacional, o destaque é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (8). É consenso que a taxa Selic será mantida em 6,5% e a grande expectativa do mercado é pelo comunicado, que poderá trazer pistas sobre movimentos futuros na taxa básica, em especial diante do aumento do pessimismo sobre o ritmo da atividade e das pressões inflacionárias de curto prazo.

Depois do Copom, na quinta-feira será publicada a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) referente a março, e, na sexta, o IPCA de abril. "O IPCA de abril deve ter subido 0,6%, pressionado pelos preços de combustíveis e alguma devolução da alta do grupo alimentação", afirma o Bradesco.

No exterior, o calendário de indicadores é carregado na China, com dados do comércio exterior e de inflação. Nos Estados Unidos, serão conhecidos índices de preços, ao produtor e ao consumidor.

A temporada de balanços do primeiro trimestre continua, com resultados de empresas de peso na carteira do Ibovespa, com destaque para Vale, Petrobras, Ambev, Banco do Brasil e B3, entre outras.