United tira Efromovich da Holding da Avianca
A decisão da companhia americana ocorreu após a Avianca divulgar, na quinta-feira, prejuízo de US$ 67,9 milhões no primeiro trimestre de 2019. A United havia feito, no ano passado, empréstimo de US$ 450 milhões para Efromovich que tinha como garantia as ações dele na Avianca. O contrato previa que, caso as ações se desvalorizassem, a United teria o direito de voto dos papéis de Efromovich - o que ocorreu ontem.
Assim, o empresário, que nasceu na Bolívia, mas fez carreira na Colômbia e no Brasil, continua como controlador, mas sem poder para decidir na companhia. Com o anúncio da mudança, as ações da Avianca em Nova York dispararam 28,57% e fecharam cotadas a US$ 3,96.
A United nomeou a empresa Kingsland (dona de 14,46% da Avianca) para exercer o direito de voto de Efromovich. Kingsland é controlada por Roberto Kriete, que também já foi dono da Taca, aérea vendida à Avianca em 2010.
Kriete, um milionário de El Salvador, trava na Justiça uma disputa contra Efromovich. Segundo a revista The Economist, a briga ocorre porque Kriete afirma que o empréstimo feito pela United tinha o objetivo auxiliar a operação da Avianca Brasil. Esse empréstimo, de acordo com Kriete, haveria permitido uma série de excessos na Avianca Holdings, como a encomenda de 50 aviões que não seriam necessários.
No Brasil, Efromovich é conhecido justamente por tomar decisões impetuosas e voltar de feiras do setor aéreo com encomendas que não condiziam com a realidade econômica do País.
Na quinta-feira, na divulgação dos resultados da Avianca, a empresa anunciou uma reestruturação que inclui a revisão da compra de 128 aeronaves para 111, o que representa uma economia de US$ 2,6 bilhões, e o corte de 16 rotas.
Ontem, a United divulgou que, com Kriete no comando, está disposta a investir mais US$ 250 milhões na empresa para que ela se reestruture.
Consumidor deve procurar empresa
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu um comunicado ontem recomendando aos passageiros com voos da Avianca marcados para os próximos dias que entrem em contato com a empresa e não se desloquem para o aeroporto até que novas informações sejam divulgadas.
A Avianca, por sua vez, informou em comunicado que está cumprindo a resolução da Anac que a obriga a oferecer reembolso ou reacomodação do passageiro em voo de outra empresa, em caso de cancelamento. Nessa situação, o cliente tem direito a escolher a opção que preferir.
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