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BC cita iniciativas para mercado de capitais a serem lançadas no dia 3 de junho

Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues

Brasília

29/05/2019 10h59

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou nesta quarta-feira, 29, um rol de medidas que vêm sendo estudadas pela instituição dentro da nova Agenda BC#. "Temos iniciativas para mercado de capitais que serão lançadas no dia 3 com o Ministério da Economia. Teremos também um grande plano de abertura e simplificação de mercado para pequenas empresas e estrangeiros", anunciou, sem entrar em detalhes.

Segundo Campos Neto, o BC também lançará medidas para facilitar hedge de longo prazo, private equity e securitização. Também haverá ações para o mercado imobiliário e para estimular o microcrédito.

O presidente do BC voltou a citar as medidas que vêm sendo tomadas pela instituição para adiantar a implementação do Open Banking e do sistema de pagamentos instantâneos.

Ele repetiu que o BC tem aprofundado os estudos sobre a gestão das reservas internacionais, mas adiantou que não haverá medidas radicais sobre o tema. "Trata-se de um aperfeiçoamento dos instrumentos", explicou.

Atuação firme

Campos Neto voltou a dizer que a economia brasileira passou por diversos choques em 2018, mas avaliou que a atuação firme do BC reduziu a volatilidade. "Tivemos grande avanço no controle da inflação. A inflação estava acima de 10% e hoje expectativas estão ancoradas", afirmou, na cerimônia de lançamento da Agenda BC#.

Ele disse ainda que o BC teve um grande avanço na questão dos meios de pagamentos nos últimos anos. "É muito importante o processo competitivo que estamos acompanhando. Houve movimento de desconcentração no mercado de cartões com entrada de fintechs", citou.

Para o presidente do BC, a dimensão do controle do custo de crédito teve grande avanço recente, mas ainda há muito a fazer, sobretudo no tema do spread bancário. "Temos plano ambicioso pela frente, queremos criar ambiente de inovação", completou.

Depósitos compulsórios

O presidente do Banco Central voltou a dizer que a instituição tem um plano estrutural de redução do volume de depósitos compulsórios a longo prazo. "Há espaço para otimizações nesse sentido", afirmou.

Ele lembrou que o Brasil segue desprovido de uma lei de resolução bancária. "Se tivermos risco sistêmico não temos regulamentação, por isso é importante avançar em lei de resolução bancária", completou.

Campos Neto reforçou que o BC quer avançar na transparência dos subsídios destinados ao credito rural e afirmou que esse trabalho está sendo realizado junto com o Ministério da Agricultura. "Com a Selic nesse patamar, não há dificuldade de funding para grande produtor rural. Temos que focar nos pequenos", completou. "Avaliamos mudanças estruturais para liberar mais recursos para crédito rural, respeitando as regras de Basileia. É uma medida mais prudencial", explicou.