Consumo das famílias ainda está em recuperação lenta e gradual, diz IBGE
Ainda não há pressão de demanda sobre a inflação oficial no país, avaliou Pedro Kislanov da Costa, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,13% em maio, ante um avanço de 0,57% em abril.
"O consumo das famílias tem uma recuperação lenta, gradual. A desocupação está com patamar bastante elevado, a massa de rendimentos está estável. Tem um cenário ainda de incertezas", lembrou Kislanov.
Tem uma desocupação ainda muito forte, endividamento das famílias, tem reposição das funções profissionais via informalidade. Isso não traz segurança para que as famílias possam fazer consumo, então isso acaba segurando um pouco o consumo das famílias
Fernando Gonçalves, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE
A queda nos preços dos alimentos ajudou no arrefecimento do IPCA na passagem de abril para maio.
"Melhorou um pouco o clima, houve diminuição das chuvas, o que é comum, o outono é mais seco. No caso do feijão, tem a segunda safra agora, o tomate também. Dadas as condições favoráveis no momento da colheita, teve melhora na oferta", justificou Kislanov.
O IPCA só não foi mais baixo porque houve pressão da conta de luz, que ficou mais cara com a entrada em vigor em maio da bandeira tarifária amarela e de reajustes em sete regiões pesquisadas pelo IBGE.
Dentro do IPCA, a inflação de serviços --que tem componente forte da demanda-- passou de 0,32% em abril para uma queda de 0,11% em maio. A taxa acumulada em 12 meses pelos serviços saiu de 3,89% para 3,87% no período.
Já a inflação de bens e serviços monitorados pelo governo acelerou de 1,03% em abril para 1,16% em maio. A taxa acumulada em 12 meses pelos itens monitorados arrefeceu de 6,77% para 6,54% no período.
A taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses foi de 4,66%.
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