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Há forte viés para deflação do IPC-S em junho, diz FGV

Thaís Barcellos

São Paulo

10/06/2019 13h51

A energia elétrica, os combustíveis, as frutas e hortaliças e legumes explicam toda a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da última quadrissemana de maio para a primeira medição de junho, afirma o coordenador do índice na Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.

O IPC-S desacelerou de 0,10 ponto porcentual no período, de 0,22% para 0,12%, justamente a soma do impacto desses elementos: combustíveis (-0,05 ponto), energia (-0,03 ponto), frutas (-0,01 ponto) e hortaliças e legumes (-0,01 ponto).

Para o fechamento do mês, Picchetti afirma que a projeção ainda é zero, mas admite que há um forte viés de deflação. "Muito provavelmente vem um número negativo. Estou esperando mais informações dada a volatilidade dos alimentos in natura."

Dentro desse segmento, o coordenador do IPC-S diz que há uma "queda de braço" entre os dois itens que são os maiores responsáveis pela queda de alimentação: batata inglesa (-4,11% para -8,17%) e tomate (-11,65% para -11,49%).

Na ponta (pesquisas mais recente), os dois alimentos têm comportamento contrário, enquanto a batata indica deflação maior, com -14%, o tomate mostra desaceleração da queda para cerca de 3%. "Os combustíveis e a tarifa de energia elétrica está dado que vão pressionar para baixo o IPC-S de junho, mas os alimentos in natura que vão determinar quão para baixo vai ser isso." Alimentação registrou queda de 0,49% na primeira quadrissemana, de 0,37% na anterior.

Picchetti nota a forte desaceleração de energia elétrica por conta da adoção da bandeira verde no mês, em substituição à amarela. Na primeira quadrissemana, o arrefecimento foi de 1,99% para 1,01%, mas na ponta o economista diz que já há queda de mais de 2%.

Da mesma forma, os combustíveis tiveram alívio de 1,46% para 0,29% e devem passar para o negativo na próxima leitura. A gasolina variou de 1,86% para 0,79%, mas na ponta indica queda de 1,8%, enquanto o etanol já caiu 1,1% (ante alta de 0,76%) e na ponta tem recuo de 6%.

No lado contrário, influenciando para cima o indicador, Picchetti destaca os itens passagem aérea (-5,19% para 6,87%), com ponta de 14%, e tarifa de gás (-0,33% para 2,88%), com as pesquisas mais recentes indicando alta de 13,38%, devido ao reajuste em São Paulo. "Mas são duas exceções para essa regra geral de queda de alimentação, combustíveis e energia", pondera.