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Sachsida: Estamos corrigindo problemas de má alocação de recursos; não há mágica

Fabrício de Castro, Julia Lindner e Eduardo Rodrigues

Brasília

24/07/2019 19h15

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou na tarde desta quarta-feira, 24, que o programa Saque Certo, lançado nesta pelo governo, reúne quatro medidas estruturais. "Temos o saque imediato, o aumento da remuneração das contas (de FGTS) para o trabalhador, o Saque Aniversário e o uso de recebíveis de saques do FGTS", citou. Segundo ele, as medidas são estruturais e não representam um "voo de galinha" para a economia.

"Entendo preocupação de alguns. Mexer no FGTS é complicado", comentou Sachsida. "Mas não vai faltar funding para a construção civil, para a infraestrutura, porque os recursos estão preservados", acrescentou.

Sachsida disse ainda que, de 2006 a 2016, o Brasil foi "devastado" por políticas econômicas erradas. E que a correção dos problemas de má alocação de recursos - como no caso do FGTS - permite a retirada de dinheiro "de onde estava errado" para "onde estava certo". "Estamos corrigindo problemas sérios da economia", disse. "Não há mágica."

O secretário afirmou ainda que, com o governo atacando a má alocação de recursos, sobrou dinheiro para a construção civil e o programa Minha Casa, Minha Vida. "Isso não é choque de oferta. Não estamos inventando dinheiro. Por isso, as medidas são estruturais", pontuou.

De acordo com Sachsida, o programa anunciado nesta quarta permitirá a liberação de R$ 30 bilhões em 2019, sendo R$ 28 bilhões do FGTS e R$ 2 bilhões do PIS/Pasep. Considerando também o ano de 2020, serão R$ 42 bilhões em recursos. Sachsida afirmou que isso representará um acréscimo de 0,35 ponto porcentual no Produto Interno Bruto (PIB). "As medidas também têm efeito no longo prazo, com aumento do PIB per capita", acrescentou.

Sachsida afirmou ainda que as contribuições ao FGTS também tendem a aumentar, em um montante de R$ 11,3 bilhões. "É mais dinheiro para o trabalhador comprar sua casa", disse. "O trabalhador que precisa de dinheiro vai ter acesso às melhores taxas do mercado", acrescentou.

Sachsida também fez uma defesa do limite de R$ 500 para saque no FGTS em 2019. "Estes R$ 500 significam R$ 40 bilhões na economia. O (ex-presidente Michel) Temer liberou R$ 44 bilhões para 25 milhões de pessoas. Estamos liberando mais dinheiro para quatro vezes mais pessoas", acrescentou.

O secretário citou ainda que, atualmente, 81% das contas do FGTS têm menos de R$ 500. Na prática, 54,7 milhões de brasileiros poderão pegar todo o dinheiro que têm no FGTS. "Dos R$ 40 bilhões, R$ 21 bilhões são para pessoas que têm menos de R$ 1 mil no FGTS", acrescentou. "Resumindo, primeiro os mais pobres. A escolha de R$ 500 foi para beneficiar a população mais carente e necessitada. Para elevar limite de R$ 500, teríamos que prejudicar outras pessoas."

Durante seu discurso, Sachsida também afirmou que o governo está "tomando um cuidado enorme" com o trabalhador desassistido. Segundo ele, o governo criou um mecanismo para "não impactar muito o trabalhador" quando ele está desempregado.

O secretário afirmou ainda, ao tratar de ações em geral, que o governo "está seguindo o plano". "Em breve, vamos confirmar a (reforma da) Previdência", comentou. O texto da reforma foi aprovado em primeiro turno no plenário da Câmara e voltará a tramitar após o fim do recesso no Congresso Nacional.