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Campos Neto cita importância de credibilidade construída por atuação do BC

Fabrício de Castro

Brasília

09/08/2019 14h20

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na tarde desta sexta-feira, 9, que um aspecto importante relacionado à instituição tem sido "a credibilidade construída por uma atuação cautelosa da política monetária". O comentário consta de apresentação feita por Campos Neto em evento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em São Paulo. O evento é fechado à imprensa, mas a apresentação foi publicada no site do BC.

Nela, Campos Neto também afirma que "um passo adicional na credibilidade do BC será dado com a aprovação da autonomia de jure (pela lei) da instituição". O projeto de autonomia do BC, apresentado pelo governo de Jair Bolsonaro, está atualmente na Câmara. A expectativa é de que, com o avanço da reforma da Previdência no Congresso, este passe a ser um dos projetos prioritários na pauta legislativa.

"Além disso, buscando contribuir para a melhoria da produtividade de nossa economia, a Agenda BC# atua para remover as barreiras existentes para que o sistema financeiro cumpra seu papel, que é o de promover a alocação eficiente de recursos entre as atividades econômicas", acrescentou Campos Neto em sua apresentação no Iedi.

Ao tratar de política monetária, o presidente do BC retomou alguns pontos que já constaram nos documentos mais recentes da instituição. Ele reafirmou que "o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado" e pontuou que a continuidade deste movimento "é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".

Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros) está em 6,00% ao ano, mas Campos Neto voltou a sinalizar que novos cortes podem ocorrer. "Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", disse ele, para acrescentar logo depois: "A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo."

Ao tratar dos riscos para o cenário de inflação, o presidente do BC voltou a citar o nível de ociosidade elevado, que "pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado". Por outro lado, ele reafirmou que "uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária".

Ao mesmo tempo, Campos Neto reforçou que o risco ligado às reformas se intensifica no caso de "reversão do cenário externo benigno para economias emergentes". "O balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável", disse Campos Neto.

Segundo ele, porém, o risco ligado às reformas ainda é preponderante.