Laloni prevê redução na carteira de participações do BNDES este ano
Montezano disse que há "chance razoável" de "acontecer algo relevante" ainda este ano" em termos de vendas de participações, mas evitou falar em valores, prazos ou formatos para o BNDES se desfazer das ações.
O novo diretor de Participações, André Laloni, frisou que não haverá um plano, com datas de operações de venda e disse que a opção por seguir com vendas diárias no mercado ou fazer ofertas públicas será decidida caso a caso, com critérios técnicos.
"As ações são muito líquidas, as posições são muito grandes. Vamos procurar ter o menor impacto possível para o mercado. A maneira como vamos divulgar ainda não é consenso", afirmou Laloni, em entrevista coletiva, no Rio.
Segundo o executivo, que trabalhou na Caixa desde o início do ano e foi empossado no BNDES na segunda-feira, o mais provável é que o banco de fomento anuncie operações apenas na hora de agir. O presidente Montezano ressaltou que, se a opção por continuar com vendas diárias no mercado, provavelmente não haverá divulgações.
Embora tenha evitado falar em valores, prazos ou ativos prioritários para vender, Laloni relativizou a ideia de "melhor momento" para vender as participações. Para o diretor, a carteira do BNDES já está "performada" e, para vender, basta que a participação esteja "gerando valor". "Não estamos querendo maximizar o valor", afirmou Laloni, que também deixou claro que "com certeza este ano vai ter redução nessa carteira".
A menos, é claro, que fatores externos levem a uma piora sensível das condições de mercado. "Não tem plano B, a gente depende do mercado para sair dessas posições líquidas. Se o mercado fechar, fechou, vamos esperar. O mercado é soberano", disse Laloni.
Os destaques na carteira do BNDES são as participações na Petrobras, com R$ 51,582 bilhões, seguida de Vale (R$ 16,780 bilhões), Eletrobras (R$ 8,910 bilhões), JBS (R$ 6,323 bilhões) e Suzano (R$ 4,918 bilhões), para ficar nas cinco maiores.
Laloni abriu sua apresentação criticando a gestão da carteira de participações do BNDES. "Corremos um risco de renda variável que não é condizente com a atividade do banco", afirmou o executivo.
Segundo o diretor, a composição da carteira torna os ativos mais voláteis do que a média do mercado, e as empresas investidas são grandes companhias. "Hoje, as posições que a gente tem geram que emprego? Geram que desenvolvimento? Muito pouco", afirmou Laloni, para quem o perfil da carteira é especulativo, se parece mais com a de um "hedge fund".
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