Bolsonaro teme risco de inanição no governo
Bolsonaro tem sido pressionado pelos políticos para que atenda as demandas regionais, mas não encontra espaço no Orçamento de nenhum ministério. Embora tenha entendido e concordado com a posição de Guedes de manter inalterado o teto de gastos, quer que as medidas para aumentar o espaço das despesas discricionárias, que tratam de investimento e custeio da máquina, sejam apresentadas o mais rápido possível.
O timing do presidente e o do ministro da Economia são diferentes. Enquanto Guedes pensava em buscar uma solução só no ano que vem, Bolsonaro vê a necessidade de tirar a Esplanada do arrocho fiscal ainda este ano. O bloqueio orçamentário de R$ 34 bilhões já paralisa as atividades de alguns ministérios.
Auxiliares de Bolsonaro compararam a situação atual à de um hospital que tem uma ambulância parada no pátio, mas deixa o doente morrer sem transportá-lo para outro local que lhe dê atendimento simplesmente porque existe uma proibição de usá-la. Com esse raciocínio, o presidente tenta convencer a equipe econômica de que a solução tem de ser rápida porque "a chiadeira" está grande.
A conversa entre os dois, no gabinete de Guedes, aconteceu logo após o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, ter reiterado as falas de Bolsonaro criticando o teto de gastos. Rêgo Barros chegou a dizer que o presidente tinha encomendado ao ministro estudo para ajustar o teto, criado no governo do ex-presidente Michel Temer.
No Planalto, fontes disseram que o porta-voz não teria sido devidamente preparado para falar sobre o tema, o que ampliou o problema - embora o próprio Bolsonaro tenha dito, pela manhã, que rever o teto era "questão de matemática". O presidente foi questionado depois de o Estado revelar que havia pressão da Casa Civil e da ala militar para que a regra fosse afrouxada.
Junção de ministérios. Nas conversas sobre o que pode ser feito para aliviar o Orçamento chegou a ser sugerida, e imediatamente descartada, a possibilidade de redução de três ministérios, unindo-os. Foi rejeitada pela economia pífia que poderia gerar e pelos problemas políticos que desencadeariam.
Para mostrar o tanto que está sendo pressionado e que é preciso encontrar uma solução rápida, Bolsonaro tem lembrado que recebeu a bancada de Santa Catarina para um café da manhã, quando foi pedido recursos para completar obras em estradas importantes do Estado, e considerou a reivindicação justa e viável de ser atendida.
No entanto, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o alertou de que não teria como atender ao pedido, mesmo em 2020. Para Bolsonaro, a equipe econômica não pode ser tão inflexível e precisa ajudá-lo a garantir uma margem para atender às demandas políticas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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