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Indicador de difusão do IPC-S é o menor desde a 2ª quadri de set de 2017, diz FGV

Thaís Barcellos

São Paulo

09/09/2019 15h45

Além de ter desacelerado de 0,17% na última quadrissemana de agosto para 0,15% na primeira leitura de setembro, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) registrou o menor Índice de Difusão desde a segunda medição de setembro de 2017 (43,82%), segundo o coordenador do levantamento, Paulo Picchetti. A difusão, que mede o quanto a alta de preços está espalhada, passou de 46,47% no fim de agosto para 44,41% na primeira quadrissemana deste mês.

A redução do indicador de difusão, explica Picchetti, está relacionada à deflação de Alimentação, que ficou mais intensa nessa leitura, de -0,36% para -0,44%.

O coordenador do índice completa ainda que a queda poderia ser mais intensa se não fosse a metodologia do IPC-S, que, na virada do mês, reduz o peso dos itens que registraram recuo no mês anterior. "Isso é só uma ponderação para explicar porque o IPC-S não está com desaceleração ainda maior."

O recuo da difusão também mostra que, apesar de cinco de oito grupos terem acelerado no período, o cenário inflacionário é bem tranquilo, diz Picchetti. "Já é relativamente raro a difusão abaixo de 50% e está em, termos relativos, bem abaixo de 50%. A aceleração na maioria dos grupos está acontecendo em um patamar bastante baixo e a própria aceleração também é pequena", diz.

Picchetti só destaca o aumento de combustíveis (0,44% para 0,87%) e de passagem aérea (-4,57% para -0,04%) que devem se contrapor à tendência forte de desaceleração de Alimentação e de energia elétrica (3,36% para 2,54%), mas sem força para impedir o alívio no índice para 0,10% no fim do mês, conforme a previsão do economista. "Se houver uma revisão da projeção é para baixo, mas ainda é cedo para concluir."

A conta de luz está diminuindo o ritmo de alta em virtude da dissipação do aumento provocado pelo acionamento da bandeira vermelha 1 em agosto. Em setembro, foi mantida a mesma bandeira.

No caso de combustíveis, a gasolina deixou a deflação de 0,32% e passou a subir 0,13%. Na ponta (pesquisas mais recentes), o aumento é de 0,30%. O etanol (3,16% para 3,48%), por sua vez, mostra desaceleração na ponta, com taxa de 2,50%. "Esse aumento de combustíveis não é algo que deve mudar a trajetória do índice pelo o que estamos vendo agora de variação na ponta, valor absoluto e reajuste da Petrobras."

Na última quinta-feira, a empresa elevou em 1,33% o preço da gasolina nas refinarias.

O mesmo raciocínio, Picchetti usa para passagem aérea, que indica alta de 3,5% na ponta.