Compras da rede de distribuição de aço caem 6,8% em agosto, diz Inda
Fernanda Guimarães
São Paulo
24/09/2019 17h01
Já as vendas dos distribuidores registraram queda de 6,4% em agosto na relação anual, para 280 mil toneladas. Ante julho, foi registrada queda de 2,8%.
Com isso, o estoque de aço detido pela rede atingiu 762,5 mil toneladas em agosto, estável em relação ao mês imediatamente anterior. O giro de estoques foi a 2,7 meses, ante 2,6 meses em julho.
As importações de aço caíram 9,5% mês passado, para 89,8 mil toneladas, segundo dados do Inda. Ante julho, houve recuo de 7,6%. Para setembro, a previsão da entidade prevê volumes de compras e vendas pela rede estáveis em relação a agosto.
Previsões
A previsão de crescimento da venda de aço neste ano pela rede de distribuição caiu pela metade, de 10% para 5%, segundo divulgou o Inda. De janeiro a agosto as vendas aumentaram 5,7% em relação ao ano passado.
O presidente do Inda, Carlos Loureiro, afirmou que ainda não observa melhora dos níveis de investimento no Brasil dada a elevada capacidade ociosa do setor industrial. "A demanda é puxada mesmo pela infraestrutura", disse.
Por outro lado, a melhoria da construção civil, com os lançamentos que começam a surgir, deve começar a demandar aço no médio prazo. Uma melhoria do setor, contudo, é apenas prevista a partir do segundo trimestre do ano que vem, com alguma melhora dos investimentos no mercado interno.
Realinhamento de preços
As siderúrgicas brasileiras Gerdau, CSN e Usiminas já anunciaram um "realinhamento" de preços para a rede de distribuição em torno de 10% que deve entrar em vigor a partir da primeira semana de outubro, disse Loureiro. O anúncio da ArcelorMittal é aguardado para esta terça-feira, disse o executivo.
Segundo ele, esse ajuste vem sendo classificado como um "realinhamento" porque, na prática, é uma nova tentativa de reajuste, visto que o aumento anunciado para julho pelas usinas não foi implementado.
O executivo disse ainda que esse aumento ocorre na esteira da valorização do dólar em relação ao real, fato que levou o prêmio do aço nacional em relação ao importado ficar negativo em cerca de 10%.