Líderes do aluguel de carros dizem que negócio é complexo
Letícia Fucuchima
São Paulo
16/10/2019 13h19
"Ninguém no mundo de hoje, que evolui tão rápido, consegue fazer tudo muito bem. As empresas têm de escolher quais as áreas que realmente vão se diferenciar e em quais vão fazer parcerias para oferecer os serviços", diz o diretor de operações da Localiza, Bruno Lasansky.
O executivo afirma que "comemora" a iniciativa das montadoras, já que os consumidores terão mais opções. Mas pondera que, para se tornar líder de mercado, a Localiza precisou de 40 anos de esforços para se reinventar e inovar especialmente na experiência do usuário.
Como exemplo de inovação que caiu no gosto dos consumidores, Lasansky cita o Localiza Fast, disponível no aplicativo da empresa, e que transformou a locação em processo totalmente digital ao dispensar o atendimento no balcão das lojas.
Para a Unidas, a atuação das montadoras se dará em um nicho, focado na intenção de proporcionar uma boa experiência ao cliente para que decida comprar um carro daquela marca no futuro. "Enxergamos como um movimento natural que não deve impactar nossos negócios nem de curto, nem de médio prazo", afirma o presidente da Unidas, Luis Fernando Porto.
Segundo ele, pesquisas mostram que as locadoras não foram diretamente afetadas nos países onde as montadoras já oferecem locação ou compartilhamento de carros, como os EUA.
Porto destacou ainda que, para competir em pé de igualdade com as locadoras, as montadoras terão de estar posicionadas nos aeroportos. "A principal necessidade de locação, seja de empresas ou de pessoas físicas, está nos aeroportos. O nicho (de locação) na cidade é bem menor", observa.
Na Unidas, mais de 60% dos negócios de aluguel são gerados em lojas de aeroportos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.