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Fipe prevê alta de 0,30% para IPC de novembro e reduz projeção de 2019 para 3,41%

Thaís Barcellos

São Paulo

04/11/2019 10h42

Após registrar alta de 0,16% em outubro (de taxa zero em setembro), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) deve acelerar a 0,30% em novembro, de acordo com o economista da fundação Moacir Yabiku.

Em outubro, o índice de difusão foi de 55,51% maior que 46,44% em setembro, mas inferior ao índice no mesmo período de 2018 (63,50%). Já o núcleo por exclusão passou de 0,15% em setembro para 0,25% em outubro e o núcleo de médias aparadas passou de 0,15% no mês anterior para 0,21%, acumulando 2,27% em 12 meses. Ambos, portanto, ficaram aquém do indicador geral, que desacelerou de 3,31% em setembro para 2,98% no décimo mês.

Com o resultado de outubro, a Fipe reduziu a projeção para o IPC do ano, de 3,57% para 3,41%, o que, segundo Yabiku, reforça o cenário tranquilo de inflação. "Ao longo do ano, não tem nenhuma pressão."

Enquanto o IPC acumula 2,98% em 12 meses, os itens comercializáveis têm alta de 2,35%, o que evidencia que o repasse do aumento do dólar para os preços internos é muito pequeno. Já os preços monitorados, sem relação direta com a situação econômica, avançaram 3,68% em 12 meses.

Para novembro, a aceleração esperada deve ser resultado do retorno ao campo positivo de Alimentação (-0,99% em setembro para -0,09% em outubro), assim também por causa da pressão em viagens (0,90% em setembro para 1,76%) ambos devido à proximidade do fim do ano.

A projeção da Fipe é de que Alimentação alta de 0,23%, enquanto Despesas Pessoais (0,09% para 0,59% em outubro), grupo que inclui viagens, devem avançar 1,64%.

Por outro lado, o segmento de Habitação (de 0,43% em setembro para 0,08% em outubro) deve ficar negativo em novembro (-0,13%), uma vez que, como usa o conceito caixa, o IPC-Fipe ainda vai captar o efeito da mudança da bandeira vermelha 1 para amarela na conta de luz em outubro.

Já em dezembro, o indicador vai sentir o impacto da adoção da vermelha 1 novamente em dezembro, o que deve fazer o item energia subir 2,81% no fim do mês, com efeito de 0,10 ponto porcentual no IPC.

A queda de Habitação também deve ser influenciada pelas promoções de aparelhos eletrônicos na Black Friday, acrescenta Yabiku.

Transportes (0,16% para 0,29%) deve ter um leve alívio em novembro, para 0,23%, de acordo com Yabiku, com a desaceleração esperada para gasolina. Em outubro, o combustível subiu 0,96% (de -0,16% em setembro), mas na ponta (comparação entre a última semana de outubro com o mesmo período de setembro) tem Acta de 0,39%, o que indica uma tendência de desaceleração. O etanol (0,60% para 1,33%), por sua vez, deve continuar avançando, como sugere a ponta de 2,40%, mas tem peso menor no IPC, de 0,50%, contra 2,49% da gasolina.

Em 12 meses, os dois combustíveis têm variações negativas, de 7,46% no caso da gasolina e de 3,07% do etanol. Mesmo assim, desde abril de 2018, a relação entre os preços de etanol e gasolina está aquém de 70% no fechamento do mês, o que aponta que está mais vantajoso abastecer com o biocombustível. Em outubro, a relação foi de 64,45%, contra 65,38% em setembro.