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Financiamento de infra deveria ter hedge para pagador, diz CFO da Entrevias

Cynthia Decloedt, Leticia Fucuchima e André Ítalo Rocha

São Paulo

13/11/2019 14h30

As atuais discussões sobre o financiamento de projetos de infraestrutura deveriam levar em consideração a criação de instrumentos de hedge para dar a opção à empresa concessionária de avaliar se o risco que está assumindo vale ou não a pena, disse o CFO da Entrevias, do Fundo Pátria, Gilson Carvalho, em conversa com o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, após painel no Fórum de Infraestrutura realizado pela Fitch Ratings.

"Toda vez que existe uma estrutura de descasamento de moeda tem de haver um instrumento (de hedge) para aquele que ao final será o pagador", disse. Para Carvalho, a criação de um fundo, como o garantidor de hedge cambial, pode ser uma opção para criar um colchão de proteção a esse risco. "Talvez haja situações específicas, onde a criação de fundos de risco no início do projeto com outorgas variáveis seja uma opção para dar um colchão ao risco cambial. Mas acho que não temos ainda uma ideia definida e isso tem de ser discutido", acrescentou.

Para Carvalho, a questão do hedge deveria fazer parte de uma estrutura em que, quando há um financiamento externo, a empresa que vai pagar tenha à sua disposição essa cobertura. "Dessa forma, é possível fazer um cálculo correto e assumir se o risco é válido ou não", afirmou.

O executivo disse ainda que o Pátria poderá vir a participar do PiPa, Piracicaba-Panorama, o maior lote rodoviário que vai ser leiloado pela Artesp. "Estamos analisando, mas ainda não há decisão tomada", afirmou.

Carvalho comentou também acreditar na recuperação da atividade, que para ele virá na velocidade do ajuste institucional. A reforma da Previdência já foi positiva e daqui para à frente, segundo o executivo, tudo o que for feito para melhorar o mercado pode trazer uma perspectiva de crescimento maior. "Sou otimista e acredito que teremos um crescimento maior do que o deste ano", afirmou.