Houve redução no ritmo de queda da população desempregada, diz IBGE
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados mais cedo, a população desocupada, que atingiu o contingente de 12,367 milhões de pessoas, caiu 1,6% ante o trimestre móvel encerrado em julho. No trimestre até julho, a queda tinha sido de 4,6%.
Para Berenguy, essa perda de ritmo é insuficiente para sinalizar mudança de trajetória na lenta recuperação do mercado de trabalho. O cenário de avanços lentos, deixando o pior para trás, com geração de vagas via ocupações marcadas pela informalidade, se mantém, disse a pesquisadora.
Apesar da perda de ritmo na queda do contingente de desempregados, o crescimento da população ocupada, ou seja, a geração de vagas, segue superior à diminuição da população desocupada. "Não parece ser que a desocupação está caindo em ritmo menor por não ter absorção (na população ocupada). A geração é praticamente o dobro da queda da desocupação", afirmou Berenguy.
Os dados da Pnad Contínua mostram que a população ocupada atingiu o recorde de 94,055 milhões de pessoas no trimestre terminado em outubro, alta de 0,5% ante o trimestre móvel encerrado em julho, com 470 mil trabalhadores a mais. A queda de 1,6% no contingente de desempregados significou 202 mil trabalhadores a menos na fila do desemprego, ou seja, a metade do contingente que entrou para o grupo de ocupados.
Por outro lado, o crescimento da população ocupada também perdeu fôlego. No trimestre móvel encerrado em julho, o avanço sobre o trimestre imediatamente anterior tinha sido de 1,3%.
No desagregado por setores da economia, o comércio foi destaque na geração de vagas no período de um trimestre. São 204 mil pessoas a mais trabalhando na área na passagem do trimestre terminado em julho para o trimestre encerrado em outubro, um avanço de 1,2%. A construção civil foi o segundo setor em geração de vagas, com 197 mil vagas a mais na mesma comparação, alta de 3,0%.
"O que está levantando a construção é o setor imobiliário, principalmente no Sudeste", afirmou Berenguy, lembrando que o movimento na construção é puxado pela informalidade, com geração de vagas para trabalhadores por conta própria ou empregados sem carteira no setor privado.
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