EUA ainda discutem tarifas de aço e alumínio; Brasil espera decisão antes do Natal
A equipe econômica dos Estados Unidos ainda trabalha para formalizar o anúncio feito pelo presidente Donald Trump de que iria impor tarifas ao aço e alumínio do Brasil e da Argentina. Oficialmente, os americanos dizem que não há decisão tomada sobre o assunto e o governo brasileiro estima que um anúncio virá antes da semana do Natal, segundo fontes envolvidas nas tratativas.
Até agora, a ameaça de Trump ficou limitada ao tuíte do presidente dos EUA, publicado na segunda-feira da semana passada, no qual ele sugeriu que os dois países sul-americanos estavam desvalorizando suas moedas para aumentar a competitividade dos seus produtos no mercado internacional. Na mesma publicação, Trump disse que iria impor tarifas à importação do aço e do alumínio dos dois países.
O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse ontem que o governo ainda não tomou uma decisão sobre as novas tarifas a produtos brasileiros e argentinos, a despeito da fala do presidente na semana passada. Em evento do jornal Wall Street Journal, em Washington, Kudlow afirmou que a questão das tarifas tem sido discutida, mas ainda não foi definida. O USTr, autoridade comercial dos EUA, teve reuniões na semana passada sobre o assunto.
Os americanos disseram a integrantes do governo brasileiro que, como a questão envolve mais de um órgão de governo, a deliberação pode levar dias - ou semanas - mas tende a sair antes do recesso de final de ano.
Valorização
O time econômico de Trump tem demonstrado, segundo fontes, estar ciente de que as poucas intervenções do Banco Central na economia foram destinadas a valorizar, e não desvalorizar, o real. Burocratas americanos também tentam desfazer em conversas com o setor privado a ideia de que a ameaça de Trump é uma tentativa de enviar recados sobre as relações comerciais da América Latina com a China.
A ameaça do presidente americano foi vista por analistas e integrantes do governo como um movimento eleitoral de Trump, preocupado com a perda de apoio político entre agricultores americanos, que têm sofrido os efeitos da prolongada guerra comercial entre Washington e Pequim.
O governo brasileiro montou uma ofensiva diplomática em Washington para convencer os americanos de que não há desvalorização artificial do câmbio e que as indústrias de aço dos dois países são complementares.
O presidente Jair Bolsonaro afastou ontem preocupações sobre intenção de Trump. "Eu te pergunto: já foi sobretaxado aço e alumínio? Então não tem o que discutir", se resumiu a dizer o presidente. Bolsonaro já tinha dito que não está decepcionado com Trump, pois o aumento de tarifa sobre aço e alumínio ainda não se concretizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Colaborou Mateus Vargas).
Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.