Não existe um risco político nos juros, diz presidente do BC
"Não existe um risco político nos juros. A política de juros vai ser conduzida independentemente da política no Brasil", respondeu.
Na semana passada, o Copom reduziu a Selic de 5,0% para 4,50% ao ano.
Experiência nova
O presidente Banco Central voltou a ressaltar as dificuldades em se fazer projeções em um cenário com a Selic a 4,50% ao ano, o maior baixo da história do País. Campos Neto ainda lembrou as diversas medidas em andamento no mercado de crédito e de capitais, que também alteram a potência da política monetária. "Estamos vivendo experiência nova, com juros que o País nunca teve", apontou.
Questionado mais uma vez sobre a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que cogitou a criação de imposto sobre operações digitais para compensar a desoneração da folha de pagamentos, Campos Neto novamente preferiu não comentar. "O BC não tem como fazer declarações sobre assuntos fiscais. Não tenho acompanhado e não sei exatamente qual é o plano fiscal", completou.
Autonomia do BC
O presidente Banco Central reconheceu que o projeto de autonomia do BC não conseguiu concorrer com projetos mais importantes - como o novo marco legal do saneamento - a agenda apertada de fim de ano do Congresso. "Eu mesmo manifestei que votar saneamento em 2019 era mais importante que autonomia do BC, pelo seu impacto na economia. Mas existe entendimento de que em fevereiro temos espaço para andar com autonomia do BC", respondeu.
Campo Neto também disse esperar que o projeto de modernização cambial avance no começo de 2020, com a análise da proposta já enviada pela autoridade monetária ao Congresso.
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