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Estratégia começou a ser definida antes de protesto

Fernanda Nunes

10/02/2020 12h57

A estratégia da greve foi definida dias antes da paralisação, em reuniões no centro do Rio, entre lideranças da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A ocupação de uma sala do edifício-sede foi a primeira decisão. Cinco diretores entraram com o objetivo declarado de participar de uma reunião com a equipe de recursos humanos da empresa. Eles já tinham em mente que, de lá, não sairiam.

Quando a greve estourou, no último dia 1º, os cinco diretores já estavam no prédio, de onde comandam o movimento via redes sociais. Os dias são consumidos em discussões virtuais com representantes dos sindicatos nos Estados e em entrevistas a sites e canais do Youtube.

O primeiro fim de semana foi sem ar-condicionado e energia elétrica e com alimentação limitada. "É uma ação característica nossa, a vigília e a ocupação", afirmou Deyvid Bacelar, um dos diretores da Federação Única dos Petroleiros que se mantêm na sede da companhia.

Um outro grupo se acorrentou aos portões da fábrica que será fechada em Araucária, no Paraná. "No último dia 14, recebemos a notícia de que todos seriam demitidos. O sindicato, então, traçou várias estratégias, com alguns atos. Uma delas foi a gente ficar acorrentado na frente da empresa (em Araucária). No meio disso, veio o convite para vir para o Rio fazer mais esse ato", contou Patric Fernando de Melo, de 40 anos, 15 deles na Petrobras.

Em despacho, o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), considerou que a greve tem "conotações políticas" e determinou o bloqueio das contas dos sindicatos envolvidos nas paralisações e a suspensão das mensalidades dos empregados da estatal. Ele também estabeleceu a manutenção de efetivo mínimo de 90% dos funcionários da Petrobras nas unidades - o que, segundo a empresa, não estaria acontecendo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.