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Plano prevê alta de 43% na capacidade instalada, para 251 GW em 2029

Wellington Bahnemann e Anne Warth

São Paulo e Brasília

11/02/2020 18h09

A capacidade instalada de geração de energia elétrica deve crescer 43% entre 2019 e 2029, passando de 176 GW para 251 GW. A projeção consta na versão final do Plano Decenal de Energia (PDE) 2029, divulgado nesta terça-feira, 11, pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em evento realizado na sede do ministério, em Brasília.

De acordo com o PDE 2029, a geração centralizada deve crescer 37% no período, de 161 GW para 221 GW. A autoprodução deve expandir 41%, de 13,2 GW para 18,6 GW. Já a geração distribuída deve apresentar alta de 776,9%, de 1,3 GW para 11 GW.

No período em questão, a participação da energia solar deve passar dos atuais 2% para 8% e a fonte eólica, de 9% para 16%. A geração hidrelétrica de grande porte, por sua vez, deve cair de 58% para 42%. Apesar do aumento da contribuição de eólicas e solares, a participação das fontes renováveis na matriz elétrica vai cair de 83% para 80% no período. Além da menor presença das hidrelétricas, contribui para este resultado a expectativa de expansão das usinas a gás natural, que devem passar de 7% para 14% de 2019 a 2029.

Segundo o MME, o Brasil continuará com uma oferta de geração elétrica predominantemente renovável, composto por hidrelétricas (de grande e pequeno porte), eólicas, solares e usinas a biomassa. "Além desses importantes recursos, a expansão de referência indica também a complementação termelétrica a gás natural e carvão, que será fundamental para garantir a segurança do suprimento", informou o MME, no documento, sinalizando a crescente importância do gás na matriz energética brasileira.

O PDE 2029 prevê uma redução expressiva da capacidade instalada de térmicas movidas a óleo combustível e diesel. Essas fontes devem cair de 4,7 GW, em 2019, para 0,4 GW, em 2029. A capacidade dos projetos a carvão também deve ser reduzida de 2,7 GW para 2,1 GW. Essas fontes deverão ser substituídas por térmicas a gás natural, cuja potência deve saltar de 12,9 GW para 36,2 GW no período.

"O PDE 2029 busca evidenciar a necessidade de modernização do parque termelétrico em operação. Esse incremento de oferta faz com que a participação termelétrica na capacidade instalada varie de 14% em 2019 para 18% em 2029", disse o MME.

O material, por sua vez, não fala da expansão da usina nuclear, fonte defendida pelo ministro de MME, Bento Albuquerque. No período, a capacidade instalada da energia nuclear deve passar de 2 GW para 3,4 GW, em referência à usina Angra 3 - provavelmente nenhum outro projeto entrou no PDE 2029 porque o período de construção de uma térmica nuclear supera os 10 anos, pela complexidade de um empreendimento deste porte.

Transmissão de energia

Os estudos do PDE 2029 também apontam para um crescimento de 32% na extensão do sistema de transmissão de energia elétrica, passando de 154,41 mil quilômetros (km), em 2019, para 203,41 mil km, em 2029. A capacidade de transformação das subestações também deve aumentar 41% no período em questão, de 396 mil MVA para 557 mil MVA.