Movimentação portuária registra queda de 1,6% em 2019 ante 2018, diz Antaq
Em entrevista à imprensa, técnicos do órgão atribuíram a performance negativa ao minério de ferro, que perdeu quase 40 milhões de toneladas no ano passado em relação a 2018, com uma redução de 10% na carga movimentada.
Já a movimentação de petróleo e derivados e de milho são os principais destaques positivos registrados no ano passado, com crescimento de 11% e 58%, respectivamente. Foram 224,7 milhões de toneladas de petróleo e derivados e 55,7 milhões de toneladas de milho.
Segundo a Antaq, os portos privados foram responsáveis por 66% da movimentação total no ano passado. Em 2019, a movimentação de contêineres somou 117 milhões de toneladas, com crescimento de 3,5%. No período de nove anos, a movimentação total de carga portuária no Brasil cresceu 31,5%.
Cabotagem
Segundo a Antaq, a carga transportada no Brasil por navegação de cabotagem de contêineres cresceu 14,3% no ano passado, em comparação a 2018.
O resultado vem de uma trajetória positiva ao longo dos últimos nove anos, onde se registra um crescimento acumulado de 200%, entre 2010 e 2019.
A cabotagem (navegação entre portos) é uma das apostas do governo federal para reconfigurar a matriz de transportes no País.
Para o diretor-geral da Antaq, Mário Povia, a capacidade ociosa dos terminais de contêineres - resultado da crise e também de problemas na produtividade - permite que os terminais abram espaço para atenderem mais cargas na cabotagem.
Assim como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, Povia vê espaço para um crescimento ainda maior dentro da modelagem.
O plano do governo é lançar em breve o programa BRdoMar, para incentivar o uso da cabotagem no Brasil a partir de regras mais flexíveis e desburocratização.
Na visão do diretor-geral da Antaq, um dos grandes potenciais desse projeto do Executivo é o incremento da frota de navios.
Como já mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo quer aliviar as regras para afretamento de embarcações estrangeiras a serem usadas na cabotagem. A ideia é ter uma frota forte e perene para atrair empresas à modelagem.
"Produção e consumo são muito próximos da costa brasileira. A questão é tirar gargalos que impediam que essas cargas fossem transportadas pela água", afirmou Povia.
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