Coronavírus aumenta impacto sobre produção do setor eletroeletrônico, diz Abinee
De acordo com o que apurou a Abinee, a produção média das empresas eletroeletrônicas deve cair 22% no primeiro trimestre de 2020. Esse resultado é 5 pontos porcentuais acima do verificado na pesquisa anterior, realizada há duas semanas.
Segundo a Abinee, a situação é observada principalmente entre os fabricantes de produtos de Tecnologia da Informação (celulares, computadores, entre outros).
Conforme o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, a nova pesquisa indica o agravamento da situação das indústrias que dependem dos componentes externos. "O momento é delicado e devemos ter diversas paralisações daqui para frente", afirma.
Ele considera, porém, que, por enquanto, não há risco de falta de produtos acabados, como celulares e computadores, no mercado brasileiro. "O problema só não é mais grave porque dispomos da produção local destes produtos", ressalta.
Entretanto, segundo o levantamento da Abinee, apenas 4% das pesquisadas já operam com paralisação parcial em suas fábricas. Outras 15% já programaram paralisações para os próximos dias, a maior parte delas, também de forma parcial.
Apesar do impacto no abastecimento, a pesquisa indicou que 54% ainda não têm previsão de parar suas atividades. A decisão dependerá de quanto tempo persistir os problemas no abastecimento.
Com esse cenário, 17% das pesquisadas informaram que não devem atingir a produção prevista para o primeiro trimestre deste ano.
Conforme essas empresas, a produção do período deverá ficar, em média, 22% abaixo da projetada. Para metade das empresas, no entanto, as projeções devem ser mantidas; outras 33% afirmaram que ainda não é possível dar essa indicação.
Normalização
As empresas do setor eletroeletrônico do Brasil que tiveram o fornecimento de insumos por causa do coronavírus levarão, em média, dois meses para normalizar o ritmo da produção, após a retomada dos embarques de materiais, componentes e insumos da China. É o que mostra pesquisa feita pela Abinee.
Na opinião de Barbato, as dificuldades atuais "acendem um sinal de alerta" não apenas para o setor eletroeletrônico como para toda a indústria brasileira que depende de materiais e componentes provenientes de um único mercado, como a China. "A situação expõe nosso alto índice de vulnerabilidade em relação à importação de componentes", observa.
Produção local
Assim, para Barbato, o problema abre uma oportunidade para que se volte a pensar na produção local de componentes utilizados na atividade produtiva do setor.
Atualmente, de acordo com a Abinee, 42% desses itens são provenientes da China, principal origem das importações de componentes do Brasil, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019.
Destaca-se também que os demais países da Ásia foram responsáveis por 38% das importações de componentes elétricos e eletrônicos em 2019.
Portanto, a região da Ásia representa 80% da origem dos componentes elétricos e eletrônicos do País. As empresas do setor continuam monitorando de perto essa situação para analisar os reais impactos da epidemia do coronavírus no setor eletroeletrônico.
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