Retração do PIB deve levar País a novo recorde de recuperações judiciais
"Pelo histórico verificado de 2007 para cá, vimos uma correlação grande entre a queda do PIB e o aumento das recuperações judiciais", diz o diretor de reestruturação da A&M, Leonardo Coelho. A estimativa da consultoria considera projeção de queda de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Se confirmado, o resultado será quase 40% superior ao recorde verificado em 2016, quando 1,8 mil companhias recorreram à Justiça. Naquele ano, a economia havia recuado 3,6%, após um tombo de 3,5% no ano anterior. Segundo Coelho, quanto maior o impacto no PIB, maior a quantidade de setores afetados e a chance de se alastrar pelas cadeias produtivas.
Mesmo que a queda da economia neste ano seja inferior a 5%, a escalada das recuperações judiciais será mais intensa que o pico de 2016. Isso porque o cenário já parte de uma base bastante deteriorada pela recessão econômica e baixo crescimento dos últimos cinco anos.
Segundo o levantamento, uma queda de 1,5% do PIB levaria 2,1 mil empresas à recuperação judicial entre o terceiro trimestre deste ano e o terceiro trimestre de 2021; se cair 3%, 2,2 mil entrariam com pedido. "As companhias que sobreviveram à última crise conseguiram se reinventar, mas ainda não têm caixa para aguentar muito tempo de paralisação", diz Coelho, acrescentando que, diferentemente de outros anos, a atual crise é generalizada entre os setores.
Consultas
Coelho afirma que tem recebido consulta de várias empresas para saber como proceder neste momento, se entram com pedido de recuperação ou aguardam. A orientação é esperar. "Ninguém está forçando o pagamento; agora é hora de se preparar para a volta."
O advogado Sergio Emerenciano, do escritório Emerenciano, Baggio & Associados, confirma a forte demanda. "Estamos trabalhando para avaliar as contas e a parte financeira das empresas." Segundo ele, o cenário ainda obscuro da covid-19 e o intenso problema de caixa das empresas vão elevar o nível de inadimplência, de recuperação judicial e de falências.
Para ele, hoje o setor mais afetado e que tem urgência para resolver os problemas é o comércio, em especial, o de menor porte. "Neste momento, são essas empresas que estão nos procurando; são negócios que faturam de manhã para pagar a conta à tarde."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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