Pesquisa do Sebrae aponta dificuldade na obtenção de crédito microempreendedores
Gabriel Caldeira
São Paulo
19/05/2020 15h53
A pesquisa é a terceira de uma série iniciada pelo Sebrae em março de 2020, logo após os primeiros casos da covid-19 serem confirmados no Brasil, chamada Pesquisa do Impacto do Coronavírus nos Pequenos Negócios. Para esta edição, foram ouvidos 10.384 microempreendedores individuais (MEI) entre os dias 30 de abril e 5 de maio.
O estudo também revela que 89% dos pequenos negócios tiveram queda no rendimento mensal. 4% não perceberam alteração de faturamento, apenas 2% conseguiram registrar aumento de receita no período e 5% não quiseram responder. Na média, o faturamento foi 60% menor que no período pré-crise, calcula a pesquisa. O número registrado é um pouco menor do que foi observado nas duas pesquisas anteriores, de 64% em março e 69% em abril.
Mesmo com a acentuada perda de receita, a 3ª Pesquisa do Impacto do Coronavírus nos Pequenos Negócios mostra baixa adesão dos pequenos empreendedores a busca por crédito junto aos bancos, confirmando uma tendência já apontada em outras pesquisas do Sebrae.
Dentre os empresários entrevistados, 62% não fizeram solicitações por créditos desde o começo da pandemia. Entre as fontes alternativas, eles citam a ajuda com parentes e amigos (43%), instituições de microcrédito (23%) e negociação de dívidas com fornecedores (16%). Dos que recorreram às ofertas de crédito, 88% o fizeram com instituições financeiras.
O levantamento ainda indica que a pandemia afetou o funcionamento da maioria dos empreendimentos, com 44% dos entrevistados tendo que interromper a operação do negócio, pois dependem do funcionamento presencial, e outros 32% relatando maior uso de plataformas digitais para manter as atividades. Já 12% disseram manter a operação mesmo sem estrutura digital, enquanto 11% funcionam sem alterações, por outras razões, estarem entre os segmentos listados como serviços essenciais. Os setores que mais apresentaram perdas foram o da economia criativa (-77%), Turismo (-75%) e Academias de Ginástica (-72%).