Copom corta Selic de 3,00% para 2,25% ao ano, em decisão unânime
De um total de 54 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast (Sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), 52 esperavam por um corte de 0,75 ponto da Selic, para 2,25% ao ano. Duas casas aguardavam pela redução da taxa básica em 0,50 ponto, para 2,50% ao ano.
Ao justificar a decisão desta quarta, 17, o BC avaliou que o cote de 0,75 p.p. reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva. Segundo o colegiado, a decisão é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021.
No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário híbrido que utiliza câmbio fixo e juros do mercado financeiro, conforme o Relatório de Mercado Focus, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2020 de 2,4% para 2,0%. No caso de 2021, a expectativa passou de 3,4% para 3,2%.
No comunicado de hoje, o BC também optou por divulgar seu cenário de referência, com câmbio constante a R$ 4,95 e Selic constante em 3,00% - como estava antes da reunião. Neste caso, a projeção do IPCA para 2020 passou de 2,3% para 1,9% ao ano. Para 2021, foi de 3,2% para 3,0%.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).
Em função do corte da Selic de hoje, o Brasil também passou a registrar juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que, com a Selic a 2,25%, o juro real brasileiro passou a ser de -0,78% ao ano. O País possui agora o 14º juro real mais baixo do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.
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