JP Morgan vê tensão política em alta após prisão de Queiroz
Para os estrategistas do JP, a prisão de Queiroz aumenta a tensão política no Brasil, pois aproxima as investigações da família do presidente Jair Bolsonaro.
Sobre a taxa básica de juros, o JP Morgan avalia que a inflação abaixo da meta da autoridade monetária e um cenário de crescimento econômico mais preocupante do que constou no comunicado da última reunião - que reduziu a Selic para 2,25% e sinalizou a possibilidade de corte "residual" pela frente - apoiam a previsão de redução de 0,50 ponto.
O maior risco para um corte de 0,50 ponto na reunião de agosto é o cenário fiscal, alerta do JP Morgan. Até agora, o governo manteve o aumento de gastos públicos para conter os efeitos da pandemia de coronavírus restrito a 2020, mas pressões para estender estas despesas para 2021 ou sinais de que a âncora fiscal pode ser abandonada pelo Planalto podem afetar os próximos passos do BC, observa o relatório.
A visão do JP Morgan é que o ajuste fiscal será retomado em 2021. Por isso, o BC vai cortar a Selic para 1,75%, mantendo as taxas neste nível historicamente baixo até o segundo semestre do ano que vem.
Indicadores, como o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) divulgado na semana passada, apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre pode vir levemente melhor que o esperado pelo banco americano, destaca o relatório. O JP prevê para o período contração trimestral anualizada de 51%. O IBC-Br caiu 9,73% em abril ante março, enquanto o JP esperava recuo de 12%.
Contudo, os recentes eventos políticos e a evolução da pandemia do coronavírus, que desacelerou o ritmo de expansão, mas ainda não dá sinais de estabilização, indicam que a fraqueza na atividade econômica pode ser mais prolongada. Assim, o JP Morgan manteve sua previsão de queda de 7% no PIB brasileiro este ano.
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