CMN fixa meta de inflação para 2023 em 3,25%, com margem de 1,5 pp
A decisão de hoje foi divulgada por meio da Resolução nº 4.831, publicada pelo Banco Central. Ela dá continuidade a um processo, iniciado em 2017, no qual o CMN vem reduzindo a cada ano, em 0,25 ponto porcentual, a meta de inflação no Brasil. Na época, o conselho havia anunciado metas de 4,5% para 2018 e 4,25% para 2019. Na sequência, foi estabelecida meta de 4% para 2020. Em todos os casos, a margem de tolerância era de 1,5 ponto porcentual. Para os anos de 2021 e 2022, as metas são de 3,75% e 3,50%, respectivamente.
O anúncio ocorre em um contexto de preocupações em relação à capacidade do BC de entregar, de fato, a inflação nos parâmetros estabelecidos. Isso porque, com o isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica despencou no Brasil, bem como os preços de produtos e serviços.
Assim, o País enfrenta, neste momento, um problema relacionado à baixa da inflação - e não à alta dos preços, como em décadas anteriores.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na manhã de hoje, o Banco Central informou que sua projeção para a inflação em 2020 - considerando o cenário de mercado, com juros e câmbio estimados pelo mercado financeiro - é de 2,4%. Se confirmado, este porcentual ficará abaixo do piso da meta (2,5%) para o ano. No RTI de hoje, o BC projetou ainda inflação de 3,2% em 2021 e 2022. Ainda não foi informada a projeção para 2023.
Durante coletiva de imprensa virtual sobre o RTI, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, negou que, em função da crise, a instituição possa "abandonar" a meta de 2021 para dar preferência à de 2022. "De forma alguma abandonamos a inflação. Nem abandonamos 2021 para passar para 2022", afirmou.
O CMN, que definiu as metas de inflação para os próximos anos, é formado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
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