FMI ainda tem disponível cerca de três quartos de sua capacidade de empréstimo
Nesta semana em que o FMI revisou para baixo suas projeções para o encolhimento da economia global em 2020, Georgieva reforçou que há muita incerteza pela frente. "Não há motivo para pânico, mas temos de estar alertas", disse. "O risco, claro, é se tivermos uma segunda onda de coronavírus", alertou.
Por outro lado, ela defendeu, além das ações do FMI, a injeção de liquidez sem precedentes no sistema financeiro pelos principais bancos mundiais, que teriam criado as condições, inclusive, para países emergentes aumentarem a emissão de dívida em meio à pandemia.
Kristalina Georgieva também fez elogios aos testes de estresse do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgados na noite de quinta-feira. Para a diretora-gerente, eles seriam fundamentais para "tomar a temperatura" da conjuntura.
Reabertura
Georgieva mostrou preocupação com o que chamou de "possibilidade de reaberturas menos responsáveis pelo mundo", fator que estaria sendo monitorado de perto pela entidade multilateral, na medida em que também oferece riscos econômicos. No evento virtual, porém, Georgieva foi evasiva ao ser questionada sobre o avanço da pandemia no Brasil, preferindo comentar a pandemia em termos globais e sem citar nominalmente o País.
"Nós reconhecemos que o processo de recuperação econômica terá de conviver com o coronavírus", afirmou. Georgieva reiterou que a crise é severa e sem precedentes, e que as incertezas em torno da pandemia teria levado às revisões para baixo das estimativas de retração econômica do órgão, anunciadas nesta semana. "Não se sabe ao certo como cada país está sendo afetado e como a resposta à pandemia vai funcionar", completou.
Em linha com outras autoridades, como a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Chrstine Lagarde, Georgieva entende que o pior da crise ficou para trás. "Estamos em um lugar melhor agora", afirmou.
Argentina
Kristalina Georgieva falou brevemente sobre o processo de renegociação de dívidas na Argentina. A diretora-gerente declarou que o FMI não acompanha as tratativas entre países e credores, mas que espera um bom desfecho para o imbróglio. Ela ainda disse que o órgão deve ajudar o governo de Alberto Fernández a reformular as contas públicas e formatar uma dívida sustentável.
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