Cerca de 70% dos ratings soberanos da AL têm perspectiva negativa, diz Fitch
André Marinho
São Paulo
23/07/2020 15h56
A agência explica que, apesar da relativa recuperação recente dos preços das commodities, as maiores economias latino-americanas devem registrar contração recorde no Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Segundo a análise, o crescimento deve retornar em 2021, mas não no mesmo ritmo verificado às vésperas da crise.
A instituição ressalta que o recuo nas importações evitará uma deterioração das balanças comerciais, mas que o coronavírus expôs vulnerabilidades fiscais persistentes. "A região entrou na crise em uma base fiscal fraca, e isso foi agravado pela contratação de PIB e pacotes de apoio fiscal consideráveis, vários dos quais aumentaram desde o início da pandemia", salienta.
Nesse cenário, a Fitch projeta que a média do déficit desses governos chegará a quase 9% do PIB este ano, o triplo do nível verificado em 2009. Para reduzir a carga da dívida, o relatório sugere que sejam tomadas medidas estruturais. "O restabelecimento de âncoras fiscais proporcionaria maior clareza sobre o ritmo de consolidação a médio prazo e da estabilização e redução da dívida", pontua.