Estudo aponta o que executivo espera de 2020
Na contramão, 24,18% dos executivos entrevistados disseram esperar aumento no faturamento, a despeito da crise. Segundo André Coutinho, sócio-líder de Clientes e Mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul, a parcela de entrevistados apostando em aumento do faturamento em 2020 é condizente com outro estudo da consultoria, divulgado em abril, sobre o "padrão de retomada" da economia. Na retomada, atividades como varejo e farmácia online, entrega a domicílio de comida, telemedicina e streaming de vídeo poderão experimentar crescimento.
"Ainda assim, estamos falando de 50% (dos executivos entrevistados) dizendo que haverá diminuição (no faturamento de 2020)", afirmou Coutinho.
O levantamento, ao qual o Estadão teve acesso, foi feito no início de junho, referente a abril e maio. A ideia é repetir a pesquisa todo mês, permitindo avaliar a evolução da percepção dos executivos, disse o sócio da KPMG.
Por enquanto, o cenário de recuperação rápida parece ainda distante, mesmo que o "fundo do poço" da crise tenha ficado em abril e maio. O levantamento da KPMG mostrou uma piora do quadro na passagem de abril para maio. Em abril, 65,93% dos entrevistados apontaram queda no faturamento ante igual mês de 2019. Em maio, foram 70,33%.
País
Além disso, quase um quarto dos entrevistados (23,08%) espera crescimento econômico zero ou negativo em 2021, enquanto 57,14% apostam que a economia crescerá até 3,0%. Mesmo que cresça 3,0%, a economia teria desempenho insuficiente para se recuperar da retração de 2020, projetada em 5,95%, conforme a edição mais recente do relatório Focus, do Banco Central (BC). Apenas 7,69% dos entrevistados pela KPMG esperam crescimento acima de 5,0% em 2021.
Mesmo que algumas atividades tenham crescimento acima da média, conforme o novo padrão da retomada econômica, ainda há muita incerteza, disse Coutinho. Segundo o sócio da KPMG, alguns crescimentos podem não se confirmar, sendo seguidos de retrações em seguida. Um exemplo é explosão nas assinaturas dos serviços de "streaming" de vídeo.
"Passada a quarentena, as assinaturas serão mantidas?", questionou Coutinho, citando a telemedicina como outra oportunidade de novos negócios que parece promissora. "Algumas transformações parecem que vieram para ficar, mas tudo vai depender da experiência do consumidor", completou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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