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Para IBGE, queda na desocupação em julho reflete falta de busca por trabalho

A população desocupada na primeira semana de julho caiu para 11,5 milhões de pessoas, contra 12,4 milhões da semana anterior - Adailton Damasceno/Futura Press/Estadão Conteúdo
A população desocupada na primeira semana de julho caiu para 11,5 milhões de pessoas, contra 12,4 milhões da semana anterior Imagem: Adailton Damasceno/Futura Press/Estadão Conteúdo

Denise Luna

Do Estadão Conteúdo, no Rio

24/07/2020 14h34

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada nesta sexta-feira, 24, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou um movimento atípico na primeira semana de julho, com a taxa de desocupação caindo em relação à semana anterior, ao mesmo tempo em que a ocupação não cresceu.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, isso não mostra melhora no mercado de trabalho, mas sinaliza que as pessoas não procuraram trabalho no período.

A população desocupada na primeira semana de julho caiu para 11,5 milhões de pessoas, contra 12,4 milhões da semana anterior, reduzindo a taxa de desocupação para 12,3%, frente a 13,1% uma semana antes.

"Foi uma queda significativa, mas a gente não tem como identificar o motivo. Ainda tem muitos lugares com distanciamento social, muitas empresas fechadas, talvez o mercado não esteja favorável para se obter trabalho", avaliou a pesquisadora, que considera ainda cedo para saber o motivo da queda. "A taxa de desocupação caiu, mas não porque elas tenham procurado trabalho, mas porque estão fora da força de trabalho. Pode ter alguma coisa de desalento, mas na pesquisa semanal não é possível medir. A pessoa simplesmente acreditou que naquela semana não ia conseguir trabalho", explicou.

A estabilidade que vem sendo registrada pelo trabalho remoto, confirmada novamente na primeira semana de julho, reflete principalmente a manutenção em casa de trabalhadores em atividades ligadas à administração pública, educação saúde e seguridade social, informou Vieira.

Na primeira semana de julho, a pesquisa registrou que 8,9 milhões de pessoas se mantinha em trabalho remoto, ou 12,5%, contra 8,6 milhões uma semana antes. "Como esse retorno vem sendo gradual nas grandes empresas, as escolas não votaram, e tem toda uma preparação para essa volta, a taxa deve ficar estável, mas não vai zerar, porque algumas empresas vão aderir (ao trabalho remoto) definitivamente", avaliou.