Indicador Antecedente de Emprego avança 9,2 pontos em julho ante junho, diz FGV
Daniela Amorim
Rio
06/08/2020 08h56
"A terceira alta consecutiva do IAEmp sugere continuidade no movimento de recuperação do mercado de trabalho. Contudo, apesar das altas significativas, o indicador se mantém em níveis muito baixos em termos históricos, sugerindo cautela das empresas para contratar em função da elevada incerteza e da dificuldade em se vislumbrar uma retomada rápida da economia. Para os próximos meses, a expectativa é de continuidade desse cenário de retomada gradual", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 0,2 ponto em julho ante junho, para 97,2 pontos.
"O resultado de julho mostra o ICD acomodado em patamar elevado. Depois de registrar piora no início da pandemia, o indicador vem recuperando parte do que foi perdido sugerindo ligeira melhora na taxa de desemprego", completou Rodolpho Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
No IAEmp, todos os sete componentes avançaram em julho. O item de Emprego Previsto na Indústria subiu 20,6 pontos, enquanto a Tendência de Negócios da Indústria aumentou 20,3 pontos. Ambos os componentes registraram uma sequência de quatro altas consecutivas, mas permanecem abaixo do patamar pré-pandemia.
No ICD, a maior contribuição para a ligeira queda de julho foi das famílias de maior poder aquisitivo, que recebem acima de R$ 9,6 mil mensais.