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Atividade de serviços está 12,5% abaixo da registrada em fevereiro, diz IBGE

Vinicius Neder

Rio

11/09/2020 11h41

Apesar de dois meses de altas, o setor de serviços ainda está longe de se recuperar totalmente do tombo provocado pela crise associada à covid-19, conforme os dados Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo com as altas, o nível da atividade dos serviços ficou, em julho, 12,5% abaixo do registrado em fevereiro, antes da pandemia, e 22,2% abaixo do ponto máximo da série iniciada em 2012, que foi registrada em novembro de 2014. Assim, o volume de serviços prestados ainda precisa crescer 14,3% para voltar ao nível de fevereiro, informou o IBGE.

Rodrigo Lobo, gerente da PMS, chamou a atenção para a heterogeneidade entre as diferentes atividades de serviços. A recuperação está mais rápida nos serviços de comunicação e informação e aqueles voltados para a demanda das empresas, como o transporte de cargas. Isoladamente, os serviços de tecnologia da informação já se recuperaram totalmente e até atingiram, em julho, o maior nível de atividade da série histórica.

Por outro lado, os serviços prestados às famílias ainda estão muito longe da recuperação. O nível de atividade desse setor está 56,6% abaixo do nível de antes da pandemia, em fevereiro. Isso significa que, para voltar a esse patamar ainda precisam crescer 130,5%. E ainda assim ficariam longe do ponto mais alto da série histórica do IBGE - em julho, os serviços prestados às famílias estavam 61,8% abaixo do pico, registrado em outubro de 2013.

Os serviços de transporte agregados estão num quadro melhor - 14,4% abaixo do nível de atividade de fevereiro, o que significa que precisam avançar ainda 16,8% para apagar as perdas com a pandemia. Só que, no desagregado, o segmento do transporte aéreo, com as viagens diretamente afetadas pelo isolamento social, ainda está 58,9% abaixo de fevereiro, o que significa que será preciso crescer ainda 143,6% para voltar ao nível pré-pandemia.

O pico da atividade do transporte aéreo foi registrado em maio de 2015 - em julho, essa atividade ainda estava 67,3% abaixo desse ponto máximo.