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Riscos ligados à pandemia podem implicar retomada ainda mais gradual, aponta ata

Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

Brasília

22/09/2020 08h56

Ao decidir pela manutenção da Selic (a taxa básica de juros) em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que a imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia de covid-19 no Brasil podem levar a uma recuperação "ainda mais gradual" da economia doméstica. Com isso, as pressões desinflacionárias devem ter duração maior.

Apesar dos dados recentes mostrarem uma recuperação parcial da atividade econômica, o documento repete que vários segmentos do setor de serviços permanecem bastante deprimidos. "Os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento", avaliou o Copom. "Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e à necessária redução nos auxílios emergenciais a partir do final desse ano aumentam a incerteza sobre a velocidade de retomada da atividade econômica", completou a ata.

Para o BC, a pandemia de covid-19 deve continuar a ter efeitos heterogêneos sobre os diversos segmentos econômicos, com o setor de serviços mantendo uma ociosidade maior que os demais.

"O Comitê concluiu que a natureza da crise provavelmente implica que pressões desinflacionárias provenientes da redução de demanda podem ter duração maior do que em recessões anteriores", completou o BC.