Com crise, concessões de crédito para reorganizar dívidas dobram em 2020
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explica que a composição de dívidas ocorre quando o cliente do banco, que possui dívidas de crédito em várias modalidades, procura a instituição financeira para reorganizar as obrigações em uma única operação. Se existem dívidas no cartão de crédito, no cheque especial e no crédito consignado, por exemplo, elas podem ser consolidadas numa única operação, com taxa específica. É como trocar várias dívidas por uma única.
"O cliente faz um pacote só, renegocia com o banco", resume Rocha. "Essa composição é sempre oriunda de mais de uma modalidade. São várias modalidades de crédito ao mesmo tempo", acrescenta.
Os números do BC indicam que, com a crise, as famílias se movimentaram para renegociar as dívidas. Em fevereiro - antes da intensificação da pandemia -, as concessões via composição de dívidas somaram R$ 3,053 bilhões entre as pessoas físicas. Em maio, auge da pressão, esta cifra atingiu o pico de R$ 9,335 bilhões (três vezes o valor de fevereiro).
De julho para agosto, houve queda de 16,8% nas concessões em recomposição de dívidas. Ainda assim, o montante do mês passado, de R$ 4,128 bilhões, está acima do verificado mensalmente antes da pandemia, o que sugere continuidade do movimento de reorganização de dívidas bancárias por parte das famílias.
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