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Crise tende a ser menos severa que a de 2015/2016, afirma diretor do BC

Após repercussão, Banco Central cogita reincluir parentes de políticos em monitoramento bancário - Rahel Patrasso/Xinhua
Após repercussão, Banco Central cogita reincluir parentes de políticos em monitoramento bancário Imagem: Rahel Patrasso/Xinhua

Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

Brasília

15/10/2020 12h16

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, repetiu hoje a avaliação de que a atual crise decorrente da pandemia de covid-19 tende a ser menos severa do que a recessão de 2015 e 2016. "Ninguém sabe ainda ao certo como vai ser o fim da atual pandemia, há muita incerteza. Mas pela própria retomada da atividade, o mercado já estima hoje uma queda menor do PIB em 2020", afirmou, em entrevista coletiva sobre o REF (Relatório de Estabilidade Financeira) referente ao primeiro semestre de 2020.

Souza disse ainda que, em função dos últimos dados observados pelo BC, o índice de inadimplência e o nível de ativos problemáticos não devem atingir os patamares de 2015 e 2016. "É importante destacar que as provisões do sistema financeiro têm sido suficientes para cobrir essas perdas", enfatizou.

Para o diretor, com as taxas de juros em seus mínimos históricos, é possível alongar as operações das empresas em condições mais favoráveis para adequar suas capacidades de pagamento. "Temos preocupação com nível de endividamento, mas ao que tudo indica sairemos da crise de forma mais rápida do que aconteceu em 2015 e 2016", completou.

Souza repetiu que o auxílio emergencial e a repactuação de dívidas foram importantes para ajudar a economia real e cobrir as necessidades de famílias e pequenas e médias empresas durante a pandemia de covid-19. Ele lembrou que apenas as operações adimplentes puderam ser repactuadas e reforçou que o BC acompanha o andamento dessas operações.