Inflação dos mais pobres sobe mais do que a dos mais ricos em outubro, diz Ipea
Apesar da redução da diferença na inflação de ricos e pobres no mês, o abismo entre as classes sociais permanece. No acumulado de janeiro a outubro, a inflação das famílias de renda alta (1,0%) foi bem menor que a registrada pelas famílias de menor poder aquisitivo (3,5%), uma diferença de 2,5 pontos porcentuais.
Enquanto os pobres seguem com o orçamento apertado pelo salto no custo dos alimentos, a desaceleração nos preços dos serviços por conta da pandemia da covid-19 deu alívio às famílias de maior poder aquisitivo.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), considera famílias de mais baixa renda aquelas cujo rendimento mensal é menor que R$ 1.650,50. As de classe mais alta são aquelas com rendimento domiciliar mensal superior a R$ 16.509,66.
Em outubro, o grupo "alimentos e bebidas" foi responsável, sozinho, por 61% da inflação da classe de renda muito baixa. De acordo com o Ipea, isso foi reflexo do aumento nos seguintes itens: arroz (13,4%), batata (17%), tomate (18,7%), óleo de soja (17,4%) e carnes (4,3%). Já a alta observada no grupo "transportes", com os reajustes de 39,8% nas passagens aéreas e de 0,9% nos combustíveis, impactou especialmente as famílias mais ricas.
De janeiro a outubro, houve aumento expressivo em itens que pesam na cesta de consumo dos mais pobres: arroz (47,6%), feijão (59,5%), leite (29,5%), óleo de soja (77,7%) e frango (9,2%). Enquanto isso, itens de maior peso para as famílias mais abastadas apresentaram deflação: passagem aérea (-37,3%), transporte por aplicativo (-22,7%), seguro de automóvel (-9,9%), gasolina (-3,3%), hospedagem (-8,4%) e pré-escola (-1,7%).
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