América Latina conseguiu proteger reservas, apesar do choque da covid, diz IIF
André Marinho e Francine de Lorenzo
São Paulo
25/11/2020 15h41
Segundo o instituto, na maioria dos países, as reservas em moedas internacionais retornaram aos níveis pré-pandemia, como resultado do cenário global, dos ajustes nas contas externas e de políticas macroeconômicas sólidas. "Flexibilização da política monetária, maior endividamento externo e flexibilidade da taxa de câmbio têm estado no centro da resposta política, limitando o uso de reservas internacionais para lidar com a escassez temporária de dólares", pontua.
A análise acrescenta que, embora o impacto econômico do coronavírus tenha sido substancial, o volume de reservas caiu apenas, em média, 4%, recuperando-se à medida que as condições financeiras do globo relaxaram. "Vários países, incluindo México, Colômbia, Guatemala e Peru começaram a acumular reservas rapidamente", lembra.
De acordo com o IIF, as reservas tiveram desempenho melhor durante a recessão da covid-19 em comparação com a crise financeira de 2008. "No Brasil, onde a depreciação de reservas também foi considerável, o ajuste cambial e as taxas de juros mais baixas levaram a efeitos de valorações positivos, parcialmente compensando fluxos de saída sustentados", exemplifica.
Entre os fatores por trás desse movimento, o Instituto destaca a resiliência dos preços das commodities (fora petróleo), que "ajudou a manter a liquidez de dólar e a limitar perdas de reservas em vários países, como Peru, Chile e Brasil".