Confiança de serviços cai 2,1 pontos em novembro ante outubro, diz FGV
"A queda pelo segundo mês consecutivo da confiança de serviços mostra um retrocesso no processo de recuperação do setor, que vinha ocorrendo desde maio. A percepção sobre o momento presente vem reagindo lentamente e as expectativas para os próximos meses voltaram a se tornar mais pessimistas dada a dificuldade que o setor vem enfrentando. O período de transição dos programas do governo, a preocupação com a pandemia e a cautela dos consumidores sugerem que a recuperação do setor ainda tem um caminho longo pela frente", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em novembro, houve piora em nove dos 13 segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA-S) subiu 0,3 ponto, para 79,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-S) caiu 4,4 pontos, para 91,3 pontos, registrando a segunda queda consecutiva.
Apesar da recuperação gradual do ISA-S iniciada em maio, o fator limitativo de "demanda insuficiente" tem sido cada vez mais citado pelas empresas do setor de serviços como impeditivo para crescimento dos negócios, superando em outubro o fator "outros", em que as empresas reportam, majoritariamente, a pandemia de coronavírus como o fator responsável, ressaltou a FGV.
Em novembro, quase metade (49,2%) das empresas mencionaram a "demanda insuficiente" como fator limitativo. Entre os principais setores, essa parcela alcançou 63% das empresas no segmento de serviços prestados às famílias. Nos serviços profissionais, essa fatia insatisfeita com a demanda insuficiente alcançou 51,1%, e nos transportes, 50,9%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de serviços aumentou 1,8 ponto porcentual, passando de 81,3% em outubro para 83,1% em novembro, o maior patamar desde novembro de 2015.
A coleta de dados para a edição de novembro da Sondagem de Serviços foi realizada com 1.585 empresas entre os dias 3 e 27 do mês.
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