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BoE vê riscos e sugere combinação de ferramentas como corte de juros e QE

Eduardo Gayer

São Paulo

04/12/2020 08h50

Apesar de reconhecer a animação do mercado financeiro com o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, o integrante do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) Michael Saunders alertou para "ventos contrários" que podem afetar a economia local. "Ainda não estamos fora de perigo. A economia pode ficar com desemprego alto e inflação abaixo da meta por um tempo, e isso demanda uma resposta rápida de política monetária", declarou durante webinar nesta sexta-feira, 4.

Para isso, ele defendeu a utilização de um "mix" de ferramentas, como novos cortes de juros e ampliação do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês).

"Cortes de juros e QE são opções caso mais estímulo seja necessário. Há espaço para cortes de juros, mas, se o fizermos, terá de ser a conta-gotas", ponderou Saunders.

Hoje, a taxa básica de juros do BOE está em 0,10% ao ano e o programa de QE, em 645 bilhões de libras esterlinas. "Uma variedade de ferramentas funciona melhor do que apenas uma."

Juro abaixo de zero

O dirigente tratou de afastar, como tem sido de praxe entre seus pares, a adoção juros negativos pelo BOE neste momento como forma de estimular a economia, mas não descartou totalmente a estratégia, caso ela seja necessária no futuro. "A política de juros negativos ainda está sob avaliação", disse, durante o discurso.